O ministro da Justiça, Tarso Genro, defendeu hoje a necessidade de uma ampla reforma do sistema prisional no Brasil e a construção de presídios de segurança média, com capacidade para 400 a 450 presos. “Nesses presídios queremos separar os que cometeram o primeiro delito daqueles presos que, em última análise, acompanham a escola superior do crime e estão abrigados no sistema prisional.” Segundo ele, há possibilidade de serem construídos novos presídios de segurança média no Rio de Janeiro e o Estado está encaminhando um pedido nesse sentido para o governo federal.

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No caso de presos considerados perigosos, o ministro afirmou que, se houver uma solicitação do governo do Rio, há como transferi-los para presídios de segurança máxima, que são da União. Ele lembrou que o governo federal tem quatro presídios de segurança máxima e negocia a construção de mais um. “Há vagas. No momento em que o Poder Judiciário estadual precisar transferir um preso de alta periculosidade, nós podemos acolhê-lo normalmente como fizemos recentemente.”

Durante abertura do seminário Direito e Desenvolvimento: Debates sobre o Impacto do Marco Jurídico no Desenvolvimento Econômico Brasileiro, no Palácio do Itamaraty, Genro informou que já foram liberados R$ 450 milhões que serão utilizados não apenas na construção de presídios de segurança média, mas também em reformas das instalações já existentes. De acordo com ele, a previsão é de que a construção de cada presídio custe entre R$ 16 milhões e R$ 17 milhões.

No entanto, o ministro ressaltou as dificuldades enfrentadas para a utilização desses recursos. Segundo Genro, por razões ambientais ou em razão de o setor público não ter propriedade do terreno, ou mesmo porque alguns municípios não querem receber presídios, não se consegue usar os recursos.

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Usuários

Genro ainda defendeu um tratamento diferente para usuários de drogas, que deve ser inserido como parte de um problema da saúde pública e dentro do sistema penal. Para ele, o grande desafio é combinar uma ação mais forte com uma contensão maior dos criminosos perigosos, como chefes de quadrilha de traficantes, daqueles que não são traficantes, e sim “aviõezinhos”.

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De acordo com o ministro, nesse segundo caso, são jovens instrumentalizados que devem receber penas alternativas. “O Estado deve ter o trabalho de proteger a juventude da instrumentalização do tráfico de drogas.”