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O presidente nacional do PT, José Genoino, afirmou ontem que vai começar ainda nesta semana a conversar com os presidentes dos partidos para discutir a candidatura do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) a presidente da Câmara dos Deputados.

Brasília – A tarefa de atrair partidos da oposição para a candidatura de Greenhalgh se tornou mais complicada depois da manobra que levou à derrota do tucano Ricardo Montoro na disputa da presidência da Câmara dos Vereadores de São Paulo. Montoro perdeu para Roberto Tripoli, que, apesar de ser do PSDB, se elegeu com a ajuda do PT paulistano e da ex-prefeita Marta Suplicy. Os líderes e tucanos paulistas se reúnem esta semana para decidir o que fazer.

"Foi uma agressão que nos deixou muito irritados. O PT demonstrou imaturidade e a extrema dificuldade em administrar divergências. Eu havia transmitido ao Greenhalgh que o PSDB respeitaria o princípio da proporcionalidade, mas observaríamos o comportamento do PT em São Paulo. Agora, vamos reabrir a discussão sobre nossa conduta na Câmara", avisou o líder do PSDB na Câmara, Custódio Mattos (MG).

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José Genoino admitiu que a atitude da bancada petista dificulta o apoio do PSDB a Greenhalgh, mas avisa que vai procurar os tucanos. Segundo Genoino, não é apenas o PT que tem contrariado o princípio da proporcionalidade em eleições para as presidências de assembléias legislativas e câmaras municipais: "Nem PT nem PSDB podem se arvorar de donos da coerência. Em São Paulo, o PT ficou contra o candidato da maior bancada, mas, em Minas, foram os tucanos que fizeram isso. Vou propor que o PT aprove um documento garantindo apoio ao princípio da proporcionalidade e o direito da maior bancada de eleger o presidente do Legislativo daqui para frente."

Caça aos aliados

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Além dos tucanos, Genoino pretende procurar, a partir desta semana, os presidentes e líderes do PFL e dos demais partidos da base para costurar um acordo que garanta a eleição de Greenhalgh na Câmara. "O PSDB é importante. Vamos também procurar os outros partidos. Vamos propor ao PFL, por exemplo, que José Carlos Aleluia (PFL-BA) seja vice-presidente. Seria um bom nome e tornaria a chapa mais forte", afirmou o presidente do PT.

Só que o deputado do PFL não está disposto a aceitar a oferta. Nesta segunda-feira, ele avisou que não pretende concorrer a um cargo na Mesa Diretora em troca da retirada do seu nome da disputa pela presidência da Câmara. "Eu não sou candidato à vice-presidência", garantiu.

Aleluia se lançou candidato no mesmo dia em que o nome de Greenhalgh foi escolhido e conta com o apoio de parte da bancada. Outra parte do PFL da Câmara, liderada pelo deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA), apóia Greenhalgh. ACM Neto admite que o episódio de São Paulo prejudica Greenhalgh, mas acredita que até fevereiro isso deverá estar superado: "As eleições das câmaras de vereadores são localizadas e têm repercussão agora."

O líder do PTB, José Múcio (PE), lembra que seu partido já rejeitava o nome escolhido pelo PT e agora, com o ocorrido em São Paulo, não deve apoiar Greenhalgh. "Nossa bancada decidira apoiar um candidato da base e se dividia entre Arlindo Chinaglia (SP) e Virgílio Guimarães (MG), nomes próximos aos deputados. Greenhalgh é distante dos deputados. Agora, com essa coisa de São Paulo, todos terão mais liberdade para se posicionar, até o PT", disse José Múcio, lembrando que há no PT uma dissidência pró-Virgílio Guimarães.

Os partidos de oposição na Câmara somam 112 votos, contra 401 dos partidos da base aliada. Greenhalgh só poderá ter sua candidatura ameaçada se alguém da base lançar uma candidatura avulsa. O presidente do PT, José Genoino, descarta a hipótese de candidatura avulsa de Virgílio Guimarães. Ele lembra que a escolha do nome do PT foi precedida de pacto entre os deputados da bancada de que não haveria avulsos do partido.