Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

César Maia, prefeito do Rio de Janeiro.

continua após a publicidade

As cúpulas do PSDB, PFL e PPS, que integram o conselho político da campanha do candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB), da Coligação Por um Brasil Decente (PSDB-PFL), tentam superar a crise que culminou com o afastamento do prefeito do Rio, César Maia (PFL), e da candidata a governador do Estado Denise Frossard (PPS), da Coligação Unir para Mudar (PPS-PFL-PV), por causa do apoio do ex-secretário de Governo e Coordenação do Rio Anthony Garotinho e da governadora Rosinha Garotinho (PMDB).  

Uma das providências é tentar convencer o prefeito do Rio, César Maia (PFL), e Denise a reassumirem a campanha nacional. Outra é formalizar o apoio do PSDB do Rio à Denise e restringir a crise à disputa política estadual. ?Isso é uma briga local entre César Maia e Garotinho. O que interessa agora é somar forças para eleger Alckmin no segundo turno?, frisou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

Se o apoio do grupo político de Garotinho a Alckmin teve como alvo rachar o PMDB do Rio e enfraquecer a posição do presidente Lula no Estado, não é essa percepção do líder do PFL, deputado Rodrigo Maia (RJ). Ele reagiu violentamente e acusou Alckmin de estar ?segurando a alça do caixão? com o argumento de que Garotinho tem 60% de rejeição na capital e 50% no interior?. ?Alckmin foi usado por Garotinho?, continuou, irritado, afirmando que o tucano cometeu um erro de avaliação ao aceitar o apoio do ex-governador e de sua mulher. ?Vou pedir voto para Alckmin com muito constrangimento?, emendou o filho de César Maia, que expressou seu inconformismo na reunião da Executiva Nacional do PFL.

A reação de Rodrigo e do prefeito – que decidiu se afastar da campanha nacional – deixou perplexos os dirigentes do PSDB, PFL e PPS. Eles afirmam que é um risco calculado e lembram que Garotinho declarou apoio à candidata do PSOL, senadora Heloísa Helena, e ela teve desempenho expressivo no Rio. Designado pela Executiva Nacional do PFL, o senador José Jorge (PFL-PE), companheiro de chapa de Alckmin, desembarca hoje, no Rio, para conversar com César Maia e tentar estancar a crise. O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), assumiu também a função de ?bombeiro? e já foi atrás de Denise Frossard. Antes, porém, ele fez duras críticas à atitude da candidata, afirmando que ela agira de modo ?intempestivo? ao retirar o apoio a Alckmin.

continua após a publicidade

?Denise se precipitou. Ninguém está se atrelando a Garotinho e não há nenhum compromisso de Alckmin com ele. Espero que Denise perceba que não há mudanças e que o importante é estar junto de Alckmin contra Sergio Cabral e Lula?, entende Freire. Antes de se reunir com Jorge Bornhausen e Roberto Freire, Tasso Jereissati teve uma longa conversa com a bancada do PSDB do Rio. Ao contrário de Rodrigo Maia, o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) acha, sim, que Garotinho poderá favorecer eleitoralmente Alckmin no Rio, principalmente na Baixada Fluminense, onde a situação do tucano é dramática.