Marcos D’Paula/Agência Estado |
Manifestações no Rio ironizam greve de fome de Garotinho e a governadora Rosinha. |
Pela primeira vez desde que começaram as denúncias de irregularidades sobre as doações para sua pré-campanha à Presidência, o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) admitiu que sua candidatura depende de um milagre. "Eu não tenho mais ilusão. Minha candidatura, só um milagre", disse ele, em entrevista à rádio Tupi, ontem de manhã. "Porque atingiram o objetivo, me encheram de denúncia, anteciparam a convenção, onde vão dizer que eu caí nas pesquisas e, por isso, não posso ser candidato."
Mais tarde, leu uma nota com o título de "Venceremos!", em que assume um tom mais otimista. Nela, continua a dizer que a candidatura depende de um milagre, mas afirma: "Creio em milagres, por isso vou até o fim. Questionado sobre se participaria da pré-convenção do PMDB, agendada para o dia 13 de maio, respondeu que sim.
Garotinho atribuiu as denúncias a uma estratégia usada por seus inimigos para destruí-lo. "Isso tudo foi armado por um triângulo formado pelos bancos, pelo presidente Lula, que sabe que se eu for candidato ele não ganha, e por gente de dentro do PMDB", disse, também na entrevista.
Pela primeira vez, ele citou nomes de outros peemedebistas que teriam interesse em prejudicar sua candidatura. Para Garotinho, os senadores José Sarney, Renan Calheiros e Ney Suassuna, todos da ala governista do partido, fazem parte do que classificou como "estratégia golpista". Na entrevista à rádio, Garotinho voltou a dizer que só vai parar a greve de fome, iniciada no domingo, quando obtiver direito de resposta na revista Veja e nos veículos das Organizações Globo.
No quinto dia de greve de fome, Garotinho aparentava estar mais animado, conversando mais, dormindo menos e dando entrevistas a algumas rádios e televisões.