Brasília – O impasse na escolha do presidente e do relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões Corporativos levou o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), a intervir apelando para que aliados do governo e a oposição dividam o comando da comissão.
?Vou entrar na negociação para pacificar a CPI. Vou fazer ver ao governo que a melhor solução para resolver esse impasse seria dividir o seu comando entre governo e oposição?, informou nesta quarta-feira (13) o senador depois de reunião com os líderes partidários.
Como primeira medida, Garibaldi disse que pretende conversar ainda hoje com o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR). O líder governista defende uma negociação com a oposição em torno dos cargos, mas tem deixado claro que qualquer definição a respeito da relatoria e da presidência da CPMI cabe aos líderes partidários.
?Em política sempre há a possibilidade de fazer entendimento que venha a melhorar os trabalhos. Agora, esse entendimento passa pela decisão das lideranças políticas dos partidos, não passa pelo governo. O governo não define no Congresso quem é presidente de comissão e relator?, afirmou Jucá.
O presidente do Senado, no entanto, defende uma participação direta de Jucá no processo de negociação. ?O governo autoriza o líder do governo a dialogar com o líder da oposição. Agora fica cada um dizendo ‘não depende de mim, depende do outro’. Isso é fácil de dizer, mas não resolve o problema?, disse.
O líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), quer que até o fim da semana se tenha uma definição sobre o assunto. Ele disse que na reunião de líderes, Jucá anunciou que iria ?manter contatos? para equacionar o impasse sobre a relatoria e a presidência da CPMI.
Mas segundo o vice-líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), Jucá ?pediu mais tempo? para apresentar uma proposta à oposição.
Os partidos de oposição ameaçam obstruir os trabalhos no Senado a partir da próxima semana, caso sejam excluídos dos cargos de comando da CPMI.
