Fuzis somem de quartel do Exército em São Paulo

Dois fuzis calibre 7,62 milímetros desapareceram da Base de Administração e Apoio da 2.ª Região Militar, que fica atrás do Comando Militar do Sudeste (CMSE), no Ibirapuera, zona sul de São Paulo, por volta das 2 horas de sábado. Foi aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) e 40 militares ficaram “à disposição do IPM”. Eles só deixaram a unidade na terça-feira. Na segunda-feira, houve tentativa de invasão da mesma base.

Segundo o Exército, um soldado que estava de serviço em uma das guaritas do quartel percebeu que os fuzis de dois militares que estavam descansando haviam sumido do local em que as armas são presas com cadeados. Acionou o plano de emergência e 400 militares voltaram para o quartel – os generais foram informados às 10h15 de sábado.

“Às vezes o armamento some do local, mas fica escondido no quartel. Depois, alguém aparece para resgatar as armas e, na segunda-feira, houve tentativa de invasão à base”, disse um coronel ontem pela manhã. “Não sabemos se os crimes têm relação, mas isso está sendo investigado.”

À noite, o coronel mudou a versão e disse que uma pessoa, que poderia estar bêbada, teria se aproximado do quartel. Procurado, o CMSE descartou oficialmente a hipótese de invasão.

O Exército registrou boletim de ocorrência e informou a PM. Um sargento, um cabo e 12 soldados estão citados no IPM como testemunhas – eles podem ser indiciados ao fim do inquérito. São exatamente os militares que estavam de serviço na guarda de onde as armas desapareceram. O CMSE disse que “uma série de procedimentos de segurança não foi seguida” e que “o IPM indicará as responsabilidades e todos os culpados serão rigorosamente punidos”.

Tortura

A reportagem recebeu denúncia de que, durante o interrogatório, militares haviam sido torturados. “É mentira”, afirmou o CMSE. “Todos os generais (quatro) foram para o local e acompanharam os procedimentos. Isso não seria permitido.” Ainda de acordo com o comando, todos os depoimentos são acompanhados por, no mínimo, duas testemunhas. “Quando há denúncia com nome do agressor ou do agredido, abrimos sindicância. Sem nomes, isso não é possível. Mas garantimos que não houve tortura.”

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