O futuro secretário do Tesouro Nacional, Arno Hugo Augustin Filho, é economista do PT, onde integra a corrente de esquerda Democracia Socialista (DS). Formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Augustin comandou a Fazenda municipal de Porto Alegre e a estadual em administrações do partido. Na prefeitura, atuou inicialmente como assessor econômico da gestão Olívio Dutra, de 1990 a 1992. Assumiu a Fazenda municipal após a saída do titular, em 1992. Permaneceu como secretário durante o governo Tarso Genro na capital gaúcha (1993-96) e em parte da gestão seguinte do PT, com Raul Pont (1997-2000). Depois de deixar a administração municipal, coordenou a campanha eleitoral de Olívio ao governo gaúcho, em 1998.

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Com a eleição de Olívio para o governo, em 1998, foi nomeado secretário da Fazenda. Também trabalhou na coordenação da campanha eleitoral de 2006, quando o PT perdeu a disputa no segundo turno para Yeda Crusius (PSDB). Augustin também já esteve no Ministério da Fazenda, onde foi secretário-executivo adjunto enquanto Antonio Palocci era o titular da pasta. Antes de assumir funções no Executivo, foi auditor público externo do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul, cargo para o qual foi nomeado em 1985, após realizar concurso público, lembra Odir Tonolier, que foi seu secretário-substituto na Fazenda municipal e estadual. Também atuou como assessor da bancada estadual do PT no Estado.

Uma de suas características é a austeridade na gestão dos gastos públicos, descreve Tonolier, citando que o primeiro governo do PT na capital gaúcha – em que Augustin foi secretário no último ano – começou com comprometimento de 98% da receita com funcionalismo e enfrentou dificuldades financeiras. Conforme Tonolier, ele costuma constituir um quadro próximo de assessores e, neste grupo restrito, não é centralizador, distribuindo responsabilidades.

Enquanto Augustin era secretário estadual, um dos momentos de dificuldade do governo foi a tentativa frustrada de fazer ajustes na matriz tributária, que envolvia polêmica proposta de aumento do ICMS para cinco categorias e redução de alíquota para produtos básicos, combinada com incentivos setoriais. Com minoria na Assembléia, o governo não conseguiu aprovar sua proposta, no ano 2000. Os deputados retiraram do projeto os aumentos de impostos, mas mantiveram os incentivos e o governo vetou a iniciativa.

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