Anunciado como futuro secretário municipal da Saúde de São Paulo, o médico Wilson Pollara disse nesta quinta-feira, 27, que, quando assumir, pretende adotar novas estratégias para reduzir o tempo de espera por exames na cidade. O médico pretende, por exemplo, convocar mais de um paciente para o mesmo agendamento, numa espécie de overbooking da saúde.
A convocação dupla, segundo Pollara, ajudaria a reduzir o absenteísmo, que estaria na casa dos 30%. O futuro secretário afirmou que a rede estará preparada para atender dois usuários no mesmo horário, caso não haja falta.
Outra possível mudança em estudo diz respeito à Rede Hora Certa, criada pelo prefeito Fernando Haddad (PT). A futura gestão estuda usar as unidades como Poupatempo da Saúde, onde seria possível ao usuário resolver problemas mais simples, como dúvidas a respeito do uso de medicamentos e até realização de exames de sangue.
Drogas
Pollara ainda defende uma integração dos programas do atual prefeito, Fernando Haddad (PT), e do governador Geraldo Alckmin (PSDB) para o atendimento a dependentes de crack.
Durante a campanha, o então candidato João Doria prometeu acabar com o programa Braços Abertos, de Haddad, e implantar na cidade o Recomeço, desenvolvido pelo governo do Estado. O projeto atual da Prefeitura trabalha com o resgate de usuários de crack a partir do trabalho remunerado. Já o Recomeço propõe a internação de dependentes.
“Vamos tentar integrar os dois programas, o Recomeço com o Braços Abertos, logicamente vamos ver o que tem de melhor em cada um”, disse o futuro secretário de Doria após ser anunciado para a pasta.
Ele considera os dois programas como “exitosos” e falou que, quando assumir, a equipe vai levantar dados para ver o que mantém e o que retira do programa. “Vamos juntar os dois (programas). Obviamente não é totalmente dispensável (o Braços Abertos)”, disse o futuro secretário, que foi um dos responsáveis por implantar o Recomeço na gestão Alckmin. Pollara ocupa atualmente o cargo de secretário-adjunto de Saúde no governo do Estado.
O futuro secretário de Doria afirmou que a política de remuneração a dependentes precisa ser reavaliada através de dados. “Se esse dinheiro realmente ajudou a pessoa, não vai ter problema nenhum. Se está sendo usado para comprar drogas, temos que avaliar isso através de algum indicador”, comentou.