A pressão do PMDB para trocar o comando da Fundação Real Grandeza, que gere um patrimônio de R$ 6,3 bilhões – em abril de 2008, eram R$ 7,2 bilhões – em recursos previdenciários dos trabalhadores e aposentados de Furnas Centrais Elétricas, pode provocar uma greve de grandes proporções na maior geradora de energia do País. Unidos aos aposentados, os funcionários da empresa, reunidos em 20 bases sindicais, são contrários à mudança no fundo de pensão, que deve ser proposta hoje em reunião extraordinária do conselho administrativo.
Estão programadas paralisações no Rio, em Minas e São Paulo, além de uma grande manifestação de funcionários e aposentados. Apesar de o PMDB negar a pressão por mudanças, o presidente de Furnas, Carlos Nadalutti, distribuiu carta aos funcionários na última sexta-feira revelando a intenção de mudar a diretoria do fundo de pensão, sob alegação de que havia sido uma “orientação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão”.
Na quarta-feira (25), segundo fontes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria chamado Lobão para “entender melhor a situação”. A informação não foi confirmada oficialmente pelo Planalto. A proposta de substituir a diretoria da fundação deverá ser apresentada pelo presidente do conselho, Victor Albano. Na semana passada, durante protesto de funcionários, ele negou que levaria esta discussão adiante. Dois dias depois, mudou de ideia e convocou uma reunião informal só com os conselheiros indicados ao cargo (há outros três, eleitos pelos funcionários e aposentados) para anunciar que levaria o tema a votação.