A indústria de fundos de investimento acompanhou a recuperação dos mercados nas últimas semanas e fechou agosto com um pequeno rendimento de 0,57%, o que equivale a R$ 6,399 bilhões. As informações são do site Fortuna, que acompanha o setor. Com o resultado, as perdas desde o início da crise financeira global foram praticamente zeradas. Entre 23 de julho e 31 de agosto, os fundos registraram desvalorização de apenas 0,02%, ou R$ 240,8 milhões, pouco diante do patrimônio total de R$ 1,132 trilhão das aplicações em fundos.

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Apesar dos momentos difíceis durante o ápice da crise nos mercados financeiros internacionais, nenhuma categoria de fundos registrou perdas expressivas de rendimento no mês passado. Dos principais tipos acompanhados pelo Fortuna, destaque apenas para a queda média de 0,38% dos multimercados, o equivalente a R$ 683 3 milhões.

Alguns dos grandes fundos hedge (que fazem aplicações mais arriscadas) recuperaram parte das perdas registradas na turbulência, mas fecharam o mês no vermelho. É o caso do Mauá FI Multimercado, da gestora de recursos do ex-diretor do Banco Central Luiz Fernando Figueiredo, que caiu 2,9% em agosto (R$ 40 6 bilhões). O multimercado Quest 30, do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros perdeu R$ 26,6 milhões (-1,48%), enquanto o Gávea Brasil, pilotado pelo ex-presidente do BC Armínio Fraga, teve desvalorização de 1,66%, o que representa uma perda financeira de R$ 26,1 milhões.

Os números do Fortuna mostram que nem todos os fundos hedge sofreram com a crise. Alguns deles, como HG Verde Master, da Hedging Griffo, acumularam valorização de 3,58% no mês passado, ou R$ 151,8 milhões. Ainda do lado das altas, os portfólios que aplicam em ações da Vale do Rio Doce com recursos do FGTS apresentaram valorização de 6,17% em agosto, a maior entre as categorias analisadas pelo site. O resultado supera, e muito, os referenciados DI – usados por parte dos investidores como porto seguro na crise -, que subiram 0,94%. Os fundos cambiais se aproveitaram da desvalorização do real para emplacar uma alta de 4,01% no período.

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Apesar da recuperação recente, os fundos de investimento registraram resgates de R$ 5,589 bilhões no mês passado. Desde o início da crise, os investidores já sacaram R$ 6,995 bilhões das aplicações, ainda de acordo com os dados do Fortuna. No acumulado do ano, porém, a indústria ainda acumula uma captação expressiva de R$ 63,658 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.