São Paulo (AE) – O secretário de Finanças e Planejamento do PT, Paulo Ferreira, disse ontem, em São Paulo, que o partido vê como legítima a greve iniciada pelos funcionários do diretório nacional, mas insistiu que esta foi uma situação que não pôde ser evitada em função do elevado grau de endividamento da legenda. De acordo com Ferreira, apenas 16 dos 79 funcionários do diretório foram trabalhar ontem, por causa do atraso no pagamento dos salários. ?Esta situação foi necessária e é uma decisão da comissão executiva nacional, que se deve, essencialmente, ao grau de endividamento muito alto que o PT herdou. Hoje, nós temos uma situação de dívida que é inalcançável pelas receitas ordinárias do PT?, afirmou.
Ele afirmou que, apesar da demora, a sigla não se encontra em situação ilegal, uma vez que a legislação permite que o pagamento de salários seja feito até o quinto dia útil do mês. A agremiação costumava realizar os pagamentos no dia 30 e não cumpriu um acordo que havia sido firmado, anteriormente, com os empregados, que estabelecia que o PT faria um aviso, com dez dias de antecedência, no caso de uma eventual delonga. O secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT disse ainda que todos os 42 trabalhadores que ganham até R$ 1.500,00 receberiam hoje a remuneração, enquanto o restante deverá ter o ordenado nos próximos dias.
A exceção ficará por conta dos membros da direção nacional, que só serão remunerados quando forem pagos os salários atrasados e quitadas as obrigações referentes a indenizações de funcionários demitidos. Nos últimos meses, a sigla reduziu em 40% a força de trabalho, que passou de 145 empregados em junho para os 79 atuais.