Manaus – Servidores da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em Manaus acusam funcionários da entidade, incluindo um membro da direção, de participar de um suposto esquema de desvio de recursos públicos. A denúncia foi feita ontem (24) ao Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Amazonas (Sindsep/AM) e trata da suspeita de uso de notas frias, uso indevido do auxílio-combustível e pagamento de diárias a prestadores de serviço não vinculados ao órgão de saúde na capital amazonense. A Funasa confirmou a irregularidade.
De acordo com o secretário-geral do Sindsep, Haroldo Machado, as suspeitas estão embasadas em cópias de documentos como notas fiscais, concessão de diárias, passagens aéreas e fluviais a pessoas não vinculadas à Funasa. Segundo os denunciantes, os documentos foram retirados do Sistema Integrado de Passagens e Diárias da fundação e estão direcionados, inclusive, a 15 indivíduos que não são servidores, sendo três deles funcionários de uma empresa do Distrito Industrial de Manaus.
No sistema de controle interno da Funasa, é possível constatar, desde 2006, o pagamento de diárias a pessoas cadastradas como "colaboradores eventuais", supostos prestadores de serviço que seriam na verdade empregados de empresas privadas, segundo a denúncia. "O curioso é que eles aparecem no sistema estando em dois lugares diferentes em um mesmo dia. Com isso, receberam o recurso para as viagens mais de uma vez num mesmo período sem estarem trabalhando para a instituição", afirmou Machado.
O coordenador regional da Funasa no Amazonas, Francisco Ayres, confirmou as suspeitas e informou que o órgão já abriu um processo de sindicância e vai levar o nome dos acusados à Polícia Federal. "A irregularidade foi identificada por meio de um processo de sindicância. Ainda hoje (25) vamos formalizar o caso na Polícia Federal, com o nome de todos os envolvidos, que já foram identificados na Funasa. Estamos agora revendo os procedimentos de controle para saber onde foram burlados e tentarmos coibir ações futuras dessa natureza", garantiu Ayres.
O coordenador não revelou o nome dos envolvidos, mas disse que quem beneficiava as pessoas de fora eram dois estagiários. Após análise dos documentos recebidos, a diretoria do Sindsep/AM disse suspeitar que o esquema de corrupção tenha desviado dos cofres da Funasa cerca de R$ 1 milhão.
A direção do Sindsep está organizando os documentos recebidos e também promete encaminhar, até o fim desta semana, a denúncia ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à presidência nacional da Funasa e ao Ministério da Saúde para que o caso seja investigado e as devidas providências sejam tomadas.