Funcionário da Embraer ajudou pilotos do Legacy pós-colisão, diz deputado

Brasília – O deputado Vic Pires (DEM-PA) apresentou nesta terça-feira (5) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo uma cópia da degravação dos diálogos ocorridos no jato Legacy, que se chocou com o boeing da Gol em 2006, causando o maior acidente da aviação nacional.

Segundo o deputado, as conversas mostram que um dos funcionários da Embraer (fabricante do jato) que acompanhavam o vôo esteve na cabine do avião e, inclusive, teria ajudado o piloto em diversos momentos da viagem.

Na degravação, o piloto pede para que o funcionário o ajude a manter uma certa velocidade depois da colisão com o boeing da Gol.

"Se os dados apresentados forem verdade, ele [o funcionário] era muito mais que um funcionário da área comercial na cabine", disse o relator da
CPI, deputado Marco Maia (PT-RS).

O presidente da Embraer, Frederico Curado, prestou depoimento nesta terça-feira à CPI e negou a presença de um funcionário na cabine do Legacy.

"O piloto e o co-piloto são única e exclusivamente responsáveis pela condução de uma aeronave. Não tínhamos piloto nem co-piloto. Tínhamos pessoas da Embraer, da área comercial, acompanhando o vôo. Não há qualquer possibilidade de associação entre empregados da Embraer na questão de diálogos de cabine".

Amanhã (6), os parlamentares colhem o depoimento de Daniel Bachmann, um dos funcionários da Embraer que estavam no jato. Ele esteve hoje no depoimento de Curado, mas o presidente da CPI, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), pediu para que ele se retirasse do local.

O relator da comissão se disse surpreso com o fato de Curado negar conhecer Bachmann. "Nos trouxe surpresa ele [Bachmann] estar aqui e o presidente da empresa [Curado] não saber que ele estava. Isso não é uma coisa normal", disse Maia.

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