Funai diz que morte de adolescente não é crime contra etnia indígena

A Fundação Nacional do Índio (Funai) disse que não vai se manifestar sobre o caso da jovem indígena que a morreu nesta quarta-feira (25), no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Segundo a assessoria de imprensa da Funai, o crime foi "comum" e medidas só serão tomadas se for comprovado crime contra a etnia indígena.

O corpo da jovem de 16 anos encontra-se no Instituto Médico Legal (IML) desde s 11h50 desta quinta-feira (26). De acordo com o órgão, o laudo cadavérico pode sair em até 30 dias.

A morte aconteceu ao meio-dia desta quarta (25) durante uma cirurgia no HUB. Após duas paradas cardíacas, a jovem não resistiu e morreu. A assessoria de imprensa do HUB não soube informar o estado da adolescente ao chegar no hospital. A médica que prestou os primeiros socorros registrou boletim de ocorrência por haver suspeita de violência sexual contra a jovem.

Ao tomar conhecimento do fato, a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) encaminhou ofício para a Polícia Federal (PF), pedindo a investigação do caso. Entretanto, a PF informou que, por não haver explicitamente o crime contra a etnia, o caso é de responsabilidade da Polícia Civil.

A jovem foi internada devido a uma dor abdominal, segundo a Funasa. Há suspeitas de que o órgão genital da indígena tenha sido perfurado por um objeto pontiagudo.

A adolescente vivia, desde o dia 28 de maio, na Casa de Apoio Saúde Indígena (Casai) do Distrito Federal, localizada próxima ao Gama, a cerca de 40 quilômetros de Brasília. A garota tinha lesão neurológica e, de acordo com a Funasa, não falava e se locomovia apenas por meio de cadeira de rodas. A xavante era da aldeia São Pedro, no município de Campinápolis (MT), e estava em Brasília para tratamento médico.

A Funasa informou por meio de nota que a Casai mantém serviço de vigilância 24 horas e que no dia em que a indígena passou mal pela suposta agressão, 56 pessoas estavam no local, entre pacientes e acompanhantes.

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