FSM reúne a esquerda do mundo

Porto Alegre – Punks, hippies, hare-krishnas e outras “tribos”de jovens de vários lugares do Brasil e do mundo estão reunidos, de forma pacífica, no Parque da Harmonia, Porto Alegre, no Acampamento Intercontinental da Juventude, batizado de Cidade das Cidades, para acompanhar o Fórum Social Mundial, que começa hoje. Apesar da diversidade, harmonia é o que pode ser encontrada no local. Cada um, com seu movimento, se diz unido por objetivos comuns, como a defesa do meio ambiente, a busca pela paz e pelo desenvolvimento sustentável.

Os organizadores do fórum esperam que mais de 30 mil pessoas passem pelo acampamento até o dia 28, quando se encerra o encontro, que o ano que vem deverá ser realizado na Índia e em 2005 retorna à Porto Alegre. Um dos integrantes do comitê de organização do acampamento é o estudante de jornalismo Adriano Marcelo Santos.

Segundo Adriano, no local as pessoas podem contar com salas de segurança, de atendimento médico, postos de venda de artesanato, de reciclagem de lixo e quatro praças de alimentação. “A comida é fornecida por agricultores familiares”, destacou. Também existe no acampamento uma sala de imprensa inusitada, construída sobre terra batida e paredes de madeira, com 80 computadores.

Lá, podem trabalhar agentes de comunicação previamente cadastrados, de movimentos sociais e universidades. “É importante democratizar a comunicação e garantir o acesso à produção de todos os profissionais”, disse Adriano. Cinco rádios comunitárias da Região Metropolitana de Porto Alegre também se uniram para formar a Rádio Comunitária do Acampamento, que transmitirá notícias durante o fórum.

Adriano opinou que todos podem esperar uma grande participação do Acampamento da Juventude. “Vamos fazer um movimento em prol da diversidade, sem direção política, mas de forma crítica e simbólica”, explicou. Um dos muitos participantes é Oscar Tinajero, do México, conhecido como o guardião do fogo sagrado. Segundo o rapaz, essa chama mantém-se acesa desde a edição inicial do Fórum. Tinajero está ensinando as pessoas que passam pelo acampamento como descobrir o desafio de sua vida pelo Calendário Maia.

Mário Francisco de Souza é outro participante assíduo. Com o corpo coberto de lama, ele disse que o acampamento é como uma aldeia, com várias pessoas diferentes, mas com ideais parecidos. No acampamento deste ano foi criada uma moeda oficial, o sol. Os estrangeiros podem trocar seu dinheiro pela moeda, sem precisar sair do local e sem pagar taxas de câmbio.

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