Os americanos que chegam ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu ou ingressam no País pela Ponte Tancredo Neves, fronteira com a Argentina, ou Ponte da Amizade, fronteira com o Paraguai, não precisam passar pelo fichamento que vem sendo praticado em outras localidades. A justificativa é que as autoridades em Foz ainda não foram notificadas da decisão do juiz Julier Sebastião da Silva. Além disso, falta pessoal para esse trabalho. A identificação tem sido feita apenas com a apresentação do visto.
Foz do Iguaçu – O delegado do Núcleo de Polícia de Imigração (Numig), Umberto Ramos Rodrigues, disse que há apenas um papiloscopista na região. A chefia da PF, em Foz, já pediu informações e a notificação à superintendência em Curitiba e à diretoria-geral em Brasília, mas ainda não tinha recebido resposta até a tarde de ontem.
Também foram solicitadas as designações de mais papiloscopistas e agentes para atuar nas pontes e no aeroporto de Foz. “Mas, se houver a notificação, vamos fazer da maneira que dá para fazer”, disse Rodrigues. Devem ser coletadas as impressões digitais em sistema manual e identificação fotográfica. Segundo o delegado, há apenas um vôo internacional diário que chega a Foz do Iguaçu vindo da Argentina. Na alta temporada, que vai de dezembro até o carnaval, a estimativa é que entrem no País em média 25 americanos por dia pelas pontes e pelo aeroporto.
A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou na tarde de ontem com um recurso no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1.ª Região, no Distrito Federal, contra a decisão do juiz federal Julier Sebastião da Silva, que concedeu liminar determinando a identificação dos turistas americanos em aeroportos do país.
O advogado-geral da União, Alvaro Ribeiro Costa, argumentou que a condução da política externa e do controle de imigração no país são de competência do poder executivo. A AGU afirma que cabe ao presidente aplicar o princípio da reciprocidade. Apesar do recurso, fica mantida a portaria aprovada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, semana passada, que determina a manutenção dos procedimentos de identificação de americanos no país.
O piloto americano Dale Robin Hersh, da American Airlines, passou a noite na sala vip da companhia aérea, em Cumbica, Guarulhos. Hersh, de 52 anos, foi detido anteontem pela manhã por desacato à Polícia Federal. O comandante foi multado em R$ 36 mil e não obteve permissão para entrar no País. Ele deveria voltar ontem à meia-noite para os EUA.