O frio desta época do ano tem sido decisivo para o alastramento do vírus Influenza A [H1N1], responsável pela gripe suína, nos países vizinhos do Brasil, principalmente no Chile, na Argentina e no Uruguai. De acordo com infectologistas, em baixas temperaturas as pessoas tendem a ficar em lugares fechados, o que facilita o contágio.

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“Este vírus sobrevive mais tempo em lugares mais frios”, afirmou o médico infectologista chileno Miguel O’Ryan, professor da Universidade do Chile, um dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil. No Chile, que tem 15 milhões de habitantes, já foram registrados 1.694 casos, a maior incidência da América do Sul.

Na Argentina, com 40 milhões de habitantes, já foram confirmados 470 casos, sendo que 127 apenas na sexta-feira. O Uruguai, país de pouco mais de 3 milhões de habitantes, tem 24 pessoas infectadas. O Brasil, com população muito maior, de cerca de 190 milhões de habitantes, tem, até o momento, 54 casos.

O médico infectologista Hugo Paganini, do hospital Garrahan, de Buenos Aires, disse que o clima influencia na propagação das doenças respiratórias. “O problema desta época do ano é que surge um coquetel de vírus de doenças respiratórias, mas, agora, somou-se a ele o vírus da gripe suína”, afirmou.

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A gripe espanhola, considerada a maior pandemia de todos os tempos, e que matou milhões de pessoas nos anos de 1918 e 1919, também teve sua fase mais grave durante o frio, entre o outono e inverno do Hemisfério Norte. A influenza A [H1N1] – gripe suína – tem apresentado uma letalidade bem menor. Na América do Sul, foram registradas três mortes relacionadas à doença, duas no Chile e uma na Colômbia.

Ontem (12), segundo informações do governo argentino, 32 escolas de Buenos Aires ficaram fechadas depois de serem confirmados casos de alunos doentes. Paganini afirmou que cerca de 70% dos casos registrados no país são em crianças com mais de 5 anos de idade. O governo recomendou que trabalhadores com febre acima de 38º C fiquem em casa para evitar o contágio.

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