Friboi e Margen estão entre frigoríficos investigados

Os frigoríficos JBS Friboi e Margen estão entre as empresas investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Abate, deflagrada hoje e que resultou na prisão preventiva de 22 pessoas. A informação é da assessoria de imprensa do MPF em Rondônia. Funcionários públicos que favoreceram empresas do ramo formam a maior parte dos detidos, mas a assessoria de comunicação do MPF informou que também há empresários e funcionários de empresas privadas entre os mandados de prisão que já foram cumpridos.

Procurada pela Agência Estado, a assessoria de imprensa do JBS Friboi informou que o departamento jurídico da empresa está tomando conhecimento do teor do inquérito policial que originou a investigação para, após entendimento, apresentar um posicionamento à imprensa. Já a assessoria de comunicação do frigorífico Margen, que está em recuperação judicial, informou que ainda não tomou conhecimento do caso.

Os nomes dos acusados ainda não foram divulgados. O MPF adiantou apenas que entre os detidos estão um diretor do Banco da Amazônia (Basa) e um membro da Superintendência Federal de Agricultura (SFA) em Rondônia. Procuradores devem detalhar a operação esta tarde, durante uma coletiva de imprensa em Rondônia. Entre os crimes que estão sendo investigados, de acordo com o MPF, estão formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, prevaricação e inutilização de documentos públicos.

De acordo com nota publicada no site da Polícia Federal, a Operação Abate é resultado de mais de um ano de investigações para apurar a prática de diversos crimes cometidos para favorecer empresas frigoríficas, laticínios e curtumes fiscalizados pela SFA em Rondônia. A nota destaca que “nas atividades ilícitas, que demonstram o desprezo dos fraudadores pela saúde pública, está o envolvimento da cúpula da Superintendência Federal em Rondônia e dos fiscais que atuam nos frigoríficos. Em muitos casos os produtos enviados para o consumidor, que eram produzidos nos estabelecimentos alvo da operação, não possuíam nenhuma garantia de estarem em condições de consumo, em virtude da omissão da fiscalização”. Além dos 15 mandados de prisão preventiva e dos sete mandados de prisão temporária, estão sendo cumpridos hoje 43 mandados de busca e apreensão na sede da Superintendência Federal da Agricultura em Rondônia, na residência de vários investigados e na sede de diversas empresas envolvidas no esquema.