Frentes de emergência começam a reerguer cidade

Dois dias depois de ter sido parcialmente devastada por um tornado, a cidade de Taquarituba, de 23 mil habitantes, no sudoeste paulista, transformou-se em um canteiro de obras na tarde desta terça-feira, 24. Cerca de 280 pessoas trabalham na limpeza dos destroços que ainda se espalham pela cidade e na recuperação das 600 casas que tiveram algum tipo de dano. Além das frentes de trabalho emergencial coordenadas pela prefeitura e pela Defesa Civil, mais de vinte equipes da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) atuam para restabelecer a energia elétrica. Das 2,2 mil casas que ficaram sem luz, cerca de 450 continuam no escuro na tarde desta terça.

Muitos moradores começaram a refazer por conta própria telhados arrebentados e muros caídos. Voluntários ajudam a reconstrução. O pedreiro Luis Antonio Domingues, que mora em Arandu, cidade próxima, ajuda um primo a reerguer uma parede que desabou. “Vou morar com ele até terminar a obra”, disse. Nas lojas locais, já há falta de telhas. Equipes da Defesa Civil continuam a vistoria nos imóveis atingidos. Mais três casas foram interditadas por abalos na estrutura. Os moradores foram encaminhados para o Ginásio de Esportes da Vila São Vicente – 14 pessoas estão abrigadas nesse local. Foram contabilizados 518 desalojados. A prefeitura recebeu máquinas e caminhões de municípios vizinhos.

 

Moradores de cidades próximas, como Itaí, Avaré e Taguaí, fazem campanhas para arrecadar doações. Além de roupas e alimentos não perecíveis, famílias que perderam casas e bens precisam de colchões e material de construção. O material arrecadado está sendo levado ao Ginásio de Esportes da Vila São Vicente e ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) de Taquarituba. Em cidades distantes, como Itapetininga, a mobilização acontece nas redes sociais. Voluntários se dispuseram a fazer a entrega. A prefeitura abriu uma conta bancária, a SOS Taquarituba, para receber doações em dinheiro.

 

Sem saques

Rumores de saques na cidade foram desmentidos pelas polícias civil e militar. De acordo com a PM, o policiamento é feito com o dobro de efetivo nas ruas desde a ocorrência do tornado porque os policiais participaram do socorro às pessoas atingidas e agora trabalham no auxílio direto à população. Na delegacia local foram registradas três ocorrências de desaparecimento de celulares e documentos dos passageiros do ônibus que foi arrastado pelo tornado, mas, segundo a polícia, não há referência a furto ou roubo. A área destruída pelo tornado abrange seis bairros entre as zonas norte e sul da cidade, com maior gravidade no Jardim Carmélia e Distrito Industrial. No centro e em outros bairros, o comércio e os bancos funcionam normalmente.

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