A Polícia Federal apurou que a Angraporto, empresa pivô do esquema de fraudes em licitações da Petrobras desmantelado pela Operação Águas Profundas, teria desviado R$ 60 milhões em apenas três contratos auditados. O ganho ilícito, segundo a PF, foi gerado mediante superfaturamento de preços e recebimento por serviços não realizados, que foram justificados com notas fiscais frias fornecidas por empresas fantasmas
Os contratos, estimados em R$ 150 milhões, foram para reforma das plataformas P-10, P-14 e P-22, que tiveram as licitações vencidas pela Angraporto de forma fraudulenta, conforme sustenta o relatório da operação. Segundo a PF, as licitações embutiam exigências que só a Angraporto podia atender.
Como o rombo pode ter sido acima dos R$ 60 milhões, por recomendação da PF e do Ministério Público a Petrobras vai realizar uma ampla auditoria em todos os contratos fechados nos últimos anos. A ordem é verificar se houve interferência da Angraporto e de outras empresas associadas para fraudar mais licitações. Só neste ano, a Petrobras já investiu R$ 14 bilhões em obras, serviços e compras, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi). Segundo a PF, a estatal estava apenas aguardando a conclusão da Operação Águas Profundas para começar o pente-fino nos contratos
Desencadeada anteontem, a operação indiciou 26 pessoas, das quais 18 tiveram prisão preventiva decretada e 14 já foram capturadas. Entre os presos, três são executivos da Petrobras e já foram afastados dos cargos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo