Fraude em vestibulares custava até R$ 80 mil

Os grupos criminosos que fraudavam vestibulares para o curso de medicina em todo o país cobravam valores de até R$ 80 mil para realizarem o golpe. A Polícia Federal iniciou hoje operação para cumprir 70 mandados de prisão de suspeitos envolvidos no esquema.

A Operação Calouro ainda deve cumprir 73 mandados de busca e apreensão, em ação realizada em 10 Estados e no Distrito Federal.

De acordo com as investigações, que duraram um ano e seis meses, os vestibulares eram burlados de duas formas, conforme a PF: os grupos tinham pessoas que faziam prova no lugar dos candidatos verdadeiros, usando documentos falsos, ou passavam respostas de questões por meio de equipamentos eletrônicos.

A primeira opção custava entre R$ 45 mil e R$ 80 mil. Já o valor para a oferta de respostas, passadas por gabaritos codificados, variava entre R$ 25 mil a R$ 40 mil.

Um desses grupos já atuava há mais de 20 anos, segundo o delegado Leonardo Damasceno, chefe do Núcleo de Inteligência Policial do Espírito Santo.

Estrutura

Damasceno afirma que os grupos tinham estruturas parecidas. Entre os líderes que comandavam as ações criminosas, as investigações levaram à identificação de um engenheiro formado pelo ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e de um médico.

 

Os “pilotos” eram os responsáveis por fazer as provas no lugar dos candidatos ou responder às questões rapidamente para enviá-las. Geralmente alunos de medicina de instituições federais, ganhavam por gabarito feito (cerca de R$ 10 mil) ou por candidato aprovado (R$ 5 mil cada).

 

Havia também os “corretores”, que “vendiam” a oferta de fraudes a vestibulando. Muitos deles eram profissionais da área de saúde.

A PF ainda faz um balanço do número de presos. A Operação Calouro é realizada em 10 Estados – Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins, Rio Grande do Sul, Acre, Mato Grosso e Piauí – e no Distrito Federal.

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