Existe um aspecto estético nas eleições que influencia os cidadãos e os fãs dos diversos candidatos. É por isso que nos últimos vinte anos, os políticos e seus partidos optaram por campanhas com assessores de imagem, assessores de imprensa, assessores para falar em público, marketing pessoal, marqueteiros e até mesmo diretores de teatro e cinema para vender e mostrar os diversos candidatos – agora produtos -, aos incautos, ou seja, o povo que pouco se preocupa com as idéias e plataformas e sim a performance estética.
Durante os últimos dez dias, brasileiros de umas quarenta cidades estiveram votando para eleger o prefeito que irá comandar suas vidas nos próximos quatro anos. Vanhoni x Richa em Curitiba e Serra x Marta em São Paulo foram os destaques pela importância e pelo debate de idéias dois quatro. Poucas vezes no Brasil, quatro candidatos tão capacitados e repletos de boas idéias se candidataram para duas vagas importantes como dessas duas capitais.
Por outro lado, nos Estados Unidos, o embate foi mais apertado, não apenas devido a importância do cargo de dono do mundo, mas também por causa do alto nível de profissionalismo estratégico por parte dos assessores de George W. Bush e do senador John Kerry. Ambos eram candidatos fracos – Bush, um ex-alcoólatra que foi feito politicamente pela influência e dinheiro do pai -, subiu ao poder por causadas grandes corporações americanas. John Kerry é apenas um bom estudante de família rica e tradicional do New England (região nordeste dos EUA – a mesma dos Kennedys), político profissional que vive há mais de 20 anos das benesses do congresso americano. Ele não tinha carisma nem boas idéias para derrotar quem quer que fosse. Nem mesmo um assassino frio e ignorante como o Bush Filho.
E por último a batalha mais singela e insólita de todas: a prefeitura em São Paulo, que por acaso e para quem gosta, colocou frente a frente um produto dos anos 60, do faça amor, não faça a guerra, combatente do regime militar, líder estudantil, intelectual, José Serra, contra também um produto claro dos anos 60, só que feminino, a Marta Suplicy, uma psicóloga especializada em terapia sexual, que representa mais do que nunca a geração do “queimar o sutiã”, que saiu da vidinha de forno, tanque e fogão, para conquistar seus próprios objetivos.
As imagens de cada um deles, apreciadas agora, depois das eleições, pode e deve ajudar o leitor a fazer uma análise em quem votou, para quem torceu, tentando descobrir nas fotos o que é, na verdade, esse sujeito vencedor, seja ele Beto Richa, José Serra e Bush Jr.
