Fórum Social Mundial começa em clima de festa

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Acampamento da Juventude,
em Porto Alegre.

Porto Alegre – Do Ritual de Proteção ao Fogo Sagrado, a cargo dos pajés guaranis, caingangues e xoclengues, às 6h, ao show com artistas de cinco continentes, às 20h, o dia da abertura do 5.º Fórum Social Mundial (FSM), hoje, será todo festivo, antecipando uma maratona de 2 mil debates e 400 atividades culturais prevista para se iniciar amanhã e prosseguir até segunda-feira (31). No dia 1.º, a cerimônia de encerramento será novamente festiva.

O grande momento da abertura será, como sempre, o Desfile pela Paz. A partir das 18h, milhares de pessoas, representando organizações não-governamentais (ONGs) de todo o mundo, exibem as lutas com trajes típicos, faixas e fantasias. O grupo australiano Snuff Puppets promete levar bonecos gigantes, com 4,5 metros de altura, à parada. O percurso começa no Largo Glênio Peres, no centro, e vai até o anfiteatro Pôr-do-Sol, à beira do Lago Guaíba. Lá, será a vez de artistas como o ministro da Cultura, Gilberto Gil, o haitiano Luck Mervil e o franco-espanhol Manu Chao, além dos grupos QBeta (Sicília), Ma?Afrika (Uganda), Rock Platino (Argentina) e La Phaze (França). Não há previsão de pronunciamentos em nenhuma das atividades do primeiro dia do evento. Ao contrário das edições anteriores, quando foi realizado no campus da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul, o Fórum deste ano ocupa espaços numa área de 400 hectares, à margem do Lago Guaíba, entre o centro da cidade e o Ginásio Gigantinho, na zona sul, batizado de Território Social Mundial.

Para abrigar as atividades, foram construídas 295 tendas e 205 salas com 50, 100, 200, 600 e 1 mil lugares. Espalhados pelo território estão 700 computadores, mil pontos de acesso à internet, 30 cybercafés e 11 centrais de informação. Os organizadores esperam a presença de 120 mil participantes. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas até o início das atividades que tiverem vagas disponíveis. Até o fim da tarde de ontem, havia 78 mil inscritos. O custo de R$ 14 milhões do Fórum será coberto por contribuições em dinheiro e serviços do governo estadual (R$ 1,8 milhão), Prefeitura de Porto Alegre (R$ 2 milhões), empresas estatais (R$ 4,9 milhões), e entidades de cooperação internacional.

Guterres, um dos oradores

Porto Alegre – O presidente da Internacional Socialista (IS), Antônio Guterres, participa a partir de hoje do Fórum Social Mundial (FSM) em Porto Alegre, onde abordará sete temas diferentes nos oito seminários em que estará presente. "As intervenções que terei no FSM traduzem a crescente articulação de esforços entre a IS e as organizações não-governamentais (ONGs)", declarou ontem o ex-primeiro-ministro português. Antônio Guterres, que ficará no Brasil até sábado, fará a sua primeira intervenção subordinada ao tema da reforma das Nações Unidas.

Amanhã, o presidente da IS falará sobre as relações entre a sociedade civil e a política, a dimensão social da globalização e a procura de uma nova ordem internacional para o mundo. Sexta-feira, a convite do Partido dos Trabalhadores(PT), o ex-chefe do governo português será um dos principais oradores de um seminário dedicado ao combate à pobreza, participando, na tarde do mesmo dia, em sessões do FSM dedicadas aos temas das Nações Unidas e das relações entre a União Européia e o Mercosul. Antes de regressar a Lisboa, no sábado, o ex-primeiro-ministro estará presente no "Fórum Inter-Parlamentar" do FSM, que termina na próxima segunda-feira.

Respostas para um planeta em crise

Davos – A elite política e econômica mundial se reúne a partir de hoje no Fórum Econômico (WEF, sigla em inglês) de Davos, na Suíça, com o objetivo de buscar respostas urgentes para um planeta que enfrenta problemas tão diversos quanto o maremoto na Ásia, a pobreza na África e o conflito no Oriente Médio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentará atrair investimentos para o Brasil. Lula, o colega francês Jacques Chirac, o líder palestino Mahmud Abbas e o premier britânico, Tony Blair, são alguns dos convidados desta edição do WEF. No total, 2.250 participantes de 96 países, entre eles 25 chefes de Estado e de governo, 72 ministros e mil lideranças do mundo empresarial, foram convocados para discutir durante cinco dias questões-chaves, "em um momento crucial", segundo o presidente do Fórum, Klaus Schwab. Esta edição de Davos será marcada por uma série de novos ciclos políticos: "uma nova Comissão Européia, nova presidência palestina, as eleições no Iraque e o novo governo ucraniano", enumerou Schwab, fundador do Fórum. A Europa poderá usar a tribuna de Davos para dar um novo impulso a sua visão multilateralista do mundo.

A América Latina será representada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna a Davos após a ausência em 2004, e em menor medida por México e Chile. Lula estará em Davos com sua equipe econômica: os ministros Antônio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), José Dirceu (Casa Civil), e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

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