Transformações no mercado têm feito com que se desenvolvam novos conceitos para traduzir habilidades necessárias àqueles que desejam garantir espaço nesse novo cenário.
Hoje, dentre os perfis mais buscados está o “profissional T”, letra que simboliza a união do conhecimento amplo e multidisciplinar com aprendizados específicos e técnicos. “Trata-se de um profissional conhecido pela polivalência, mas que também tem suas especificidades. Alguém que é especialista e generalista”, diz Andrea Poleto Oltramari, professora na Pós-Graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pesquisadora do Observatório Internacional de Carreiras (OIC).
Quem é esse profissional T, que alinha o conhecimento amplo com o específico?
Considerando-se as novas condições do mercado de trabalho, altamente digital, o profissional T apresenta uma característica bem peculiar: está permanentemente em atividade, ligado praticamente 24 horas por dia. Isso se dá tanto por meio das próteses tecnológicas, os smartphones, ou até fora dos ambientes online, porque a mente do profissional T está sempre conectada ao trabalho, preparando reuniões ou antecipando urgências. Mas, nesse cenário, não podemos ignorar a questão da saúde física e mental. A disponibilidade 24 horas tem esse ônus.
A personalidade influencia para que alguém tenha mais condições de ser um profissional T?
Com certeza alguém que tenha mais facilidade de se relacionar, de compreender o semelhante, o outro na relação, vai ter mais condições de ser um profissional T do que alguém individualista. É importante, entretanto, notar um paradoxo: as novas configurações de trabalho motivam justamente o individualismo.
Com relação à formação desse profissional, o que é mais indicado: buscar cursos mais longos, como graduações, ou fazer cursos rápidos de forma constante?
Tem de buscar um pouco de tudo. Entretanto, estar em formação constante traz algo que pode até ajudar mais do que o aprendizado em si, que é a formação do networking. Se uma pessoa está sempre em contato com outras, vai se inserindo, desenvolvendo mais e melhores redes profissionais. Relações informais – aquelas que acontecem no momento do café, no intervalo da aula – podem ser mais eficazes para inserir o profissional no mercado do que mandar currículos por e-mail para um contratador de uma empresa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.