O Comando Militar do Nordeste deflagrou na tarde deste sábado, 10, a Operação Leão do Norte, a pedido do governo do Estado, com o objetivo de intensificar a segurança na Região Metropolitana do Recife. Até o final deste domingo, 3,5 homens da Marinha, Exército e Aeronáutica estariam nas ruas atuando no patrulhamento ostensivo. A ação foi deflagrada após a prisão do presidente e do vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Alberisson Carlos e Nadelson Leite, respectivamente, e diante da ampliação da operação padrão, iniciada pelos policiais militares no último dia 6.

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Carlos e Leite foram presos por descumprirem uma liminar expedida pela Justiça pernambucana que impedia a realização de assembleia da categoria com fins de discutir uma eventual decretação de greve e no final da noite de ontem foram soltos por determinação do juiz Ivan Alves de Barros, que em sua decisão disse não haver vislumbrado, da parte dos PMs, “a prática de qualquer ato de infração penal”. O magistrado afirmou ainda que a prisão de Carlos e de Leite “aproxima-se de forma temerária mais da prática de abuso de autoridade, não condizente com o estado democrático de Direito”.

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Em uma coletiva de imprensa realizada neste sábado, o Comando Militar do Nordeste explicou a logística da atuação das Forças Armadas e reiterou que as ações são de caráter preventivo e repressivo. Até o final do dia de ontem já haviam 1,5 mil militares de Natal, João Pessoa, Maceió e Garanhuns trabalhando – divididos em quatro áreas diferentes, realizando patrulhamento ostensivo, revistas e possíveis prisões em flagrante. Até o final deste domingo, tropas do Ceará, Bahia, Sergipe e Piauí, além de três helicópteros de São Paulo, deverão se unir aos grupos.

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A intervenção das Forças Armadas na segurança da Região Metropolitana do Recife é uma medida preventiva em relação à possível paralisação da Polícia Militar. “O Estado está sempre atento à questão da segurança pública. Esse é um apoio necessário para que possamos continuar vivendo em tranquilidade”, afirmou o Secretário de Defesa Social, Angelo Fernandes.

Inicialmente, a presença das Forças Armadas deve seguir na RMR até o dia 19 de dezembro, e não deverá haver ação no interior de Pernambuco. “O Governo do Estado julga que os municípios da Região Metropolitana são áreas prioritárias para atuação. Caso haja necessidade, batalhões da Polícia Militar atuarão em outros municípios fora da RMR”, disse o general Artur Costa Moura.

Na tarde de ontem, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, acompanhado do chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho, desembarcou na Base Aérea do Recife. Eles seguiram para o Palácio das Princesas, onde participaram de uma reunião com o governador Paulo Câmara (PSB).