A força-tarefa responsável por investigar a maior chacina da história de São Paulo apreendeu um revólver calibre 38 e quatro pistolas .380, pertencentes a dois guardas-civis de Barueri, na Grande São Paulo. O objetivo dos investigadores é descobrir se as armas foram usadas em algum dos ataques que terminaram com 18 mortos e seis feridos na cidade e em Osasco.

continua após a publicidade

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nas casas dos dois guardas e também na sede da Guarda Civil Municipal (GCM) de Barueri, na quarta-feira, 19. Além das armas, os policiais recolheram munições, coletes e roupas, que também vão ser submetidos a perícias.

“A partir da apreensão estamos realizando exames de balísticas nessas armas”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, nesta quinta, 20, no Palácio dos Bandeirantes. Laudos periciais apontam que quatro calibres diferentes foram encontrados nos locais dos crimes e nos corpos das vítimas: 9 mm, .45, .380 e 38. Com a análise, a força-tarefa poderá apontar se alguns projéteis partiram das armas apreendidas.

Os dois guardas-civis, suspeitos de terem participado dos ataques em Barueri, foram ouvidos pelos investigadores, mas negaram participação nos crimes. Um dos GCMs investigados é canhoto, assim como um dos criminosos que aparece em filmagens de um bar onde houve ataque. Um dos guardas também mora perto desse estabelecimento.

continua após a publicidade

De acordo com Moraes, ainda não foi pedido à Justiça nenhum mandado de prisão. “Não há nenhuma pessoa presa, nenhuma pessoa detida”, disse o secretário, segundo o qual ainda faltam provas para comprovar a participação dos suspeitos na chacina. “Nós ainda não temos a identidade de pessoas que tenham efetivamente participado.”

Os guardas-civis são os principais suspeitos de terem participado do assassinato de três pessoas em Barueri, enquanto policiais militares são investigados por 15 mortes em Osasco. A SSP também investiga se os dois grupos agiram em conjunto, embora afirme ainda ser preciso confirmar se há correlação entre os crimes nas duas cidades.

continua após a publicidade

A principal linha de investigação é que os homicídios tenham acontecido em resposta aos latrocínios do cabo da Polícia Militar Avenilson Pereira de Oliveira, de 42 anos, em Osasco, e o guarda-civil Jefferson Rodrigues da Silva, de 40 anos, em Barueri.

Pré-chacina

Entre os dias 8 e 9, antes da chacina, outras seis pessoas foram executadas na cidade de Osasco em menos de 48 horas. Os crimes aconteceram logo após o assassinato do cabo da PM dentro de um posto de gasolina na cidade. As vítimas tinham entre 16 e 44 anos e a autoria dos crimes ainda é desconhecida.

Alegando coincidência entre esses ataques e as mortes na chacina, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo solicitou que as execuções fossem incluídas nas investigações da força-tarefa. A atual apuração é feita pela Polícia Civil da cidade. O secretário Alexandre de Moraes, no entanto, afirmou que, até o momento, não existe ligação entre os casos. “Não há nenhum indício que relacione mortes anteriores aos homicídios na quinta”, afirmou.