Uma força-tarefa da Polícia Federal e da Força Nacional, apoiada pelo Exército, ocupou neste sábado (28) o trecho de passagem da rodovia Transamazônica pela área dos índios tenharim, em Humaitá, sul do Amazonas, para retirar cerca de 60 pessoas que invadiram a reserva. Revoltados contra o desaparecimento de três moradores da cidade, os moradores se dividiram em carros e caminhonetes e atearam fogo nos postos de pedágio instalados pelos índios. Desde a manhã deste sábado, eles permaneciam concentrados no km 150 da rodovia. No início da noite, a PF negociava a saída dos invasores sob pena de prisão. “Estamos preparados para cumprir a lei, que manda preservar o cenário de possíveis crimes”, disse o delegado Alexandre Alves.
Segundo ele, após a desocupação, serão iniciadas as buscas das supostas vítimas dos índios – três homens que desapareceram no início do mês e teriam sido sequestrados e mortos pelos indígenas. Na manhã deste sábado, o delegado sobrevoou a reserva para definir a estratégia das buscas. “Temos o aparato para iniciar as buscas, mas depende da limpeza (retirada dos invasores) da área.” A PF vai usar helicópteros e entrar pelo mato com cães farejadores da Polícia Militar.
Homens do 54º Batalhão de Infantaria de Selva do Exército em Humaitá iniciaram a instalação de uma base avançada na manhã deste sábado na localidade de Santo Antonio do Matupi, uma das extremidades da reserva. Eles montaram bloqueios e controlam a passagem de pessoas e veículos pela rodovia entre Humaitá e Santo Antonio do Matupi.
De acordo com o tenente-coronel Antonio Prado, o objetivo é dar apoio à investigação da PF. Os 140 índios que estão abrigados no batalhão do Exército só serão levados de volta para a reserva quando a situação de conflito estiver controlada.