A Força Sindical atacou nesta quarta-feira (18) duramente o governo e as companhias aéreas por conta do acidente de ontem com o Airbus A-320 da TAM. "O gravíssimo acidente no Aeroporto de Congonhas é o resultado direto da inação das autoridades e da irresponsabilidade das companhias aéreas", criticou a Força, em nota assinado pelo Secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
Segundo ele, as notícias sobre os riscos em se manter o alto tráfego aéreo em Congonhas, "perigosamente encravado no coração da cidade de São Paulo", já estavam "há tempos" sendo anunciados por meio de pareceres técnicos e de especialistas. "Apesar de todos os sinais de que tragédias se sucederiam e cientes dos precários limites de operação em segurança, nos últimos anos ampliou-se sobremaneira a oferta de vôos decolando e pousando em Congonhas", afirmou Juruna.
O Secretário atenta ainda para a liberação da pista "recém-reformada" sem que as obras tivessem concluído a parte do grooving – ranhuras para a realização da drenagem da pista. Novamente em tom de crítica, Juruna emendou: "É mais uma demonstração da incompetência e do descaso com a segurança, e conseqüentemente com a própria vida dos passageiros, das autoridades e das companhias aéreas, estas últimas ávidas em fazer o negócio girar e realizar lucros".
Ainda em nota, a Força Sindical exige "profunda" investigação das causas do acidente e "exemplar punição" aos responsáveis. E convoca a sociedade civil para que cobre o andamento das investigações, "que não podem ser encaminhadas exclusivamente pelas mesmas autoridades que têm permitido o descalabro que, de uma ou outra forma, colaboraram com o terrível acidente".
