Em Belo Horizonte, a "Passeata da Grande Vaia – Fora Lula" reuniu cerca de 200 pessoas, segundo cálculo da Polícia Militar. Os manifestantes se concentraram às 14h na Praça da Liberdade, na zona sul da capital mineira, onde protestaram contra o governo federal com apitos, vaias, faixas e palavras de ordem. Eles ficaram no local durante uma hora e, em seguida, desceram em passeata até a Praça Sete, no Centro. Quase todos vestiam preto.

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"A arrogância do governo federal é que despertou este movimento da sociedade", disse o publicitário Alexandre Maciel, de 29 anos integrante da comunidade "Fora Lula" no site de relacionamentos Orkut e um dos organizadores da passeata em Belo Horizonte. De acordo com ele, o protesto é assumidamente de classe média. "Nós da classe média, somos os verdadeiros ‘negros’ do País, os verdadeiros excluídos, não temos ONGs para nos amparar. Nós sustentamos um governo que faz assistencialismo com o Bolsa-Família", declarou Maciel.

Eleitora de Lula em 2002, a bióloga e advogada Raíssa de Luca, de 27 anos, decidiu aderir ao movimento. "Estou muito decepcionada e insatisfeita com o governo", afirmou ela, que disse ter votado em branco na eleição presidencial de 2006. A socióloga Vânia Leal, de 60 anos, se declara antipetista. Ela encontrou no movimento uma forma de protestar contra Lula. "Ele é um presidente cego e surdo, mas não é mudo, infelizmente", ironizou Vânia.

Alexandre Maciel disse que a passeata não teve apoio de partidos políticos ou entidades. Segundo ele, o custo das faixas foi dividido entre os participantes. O protesto teve outros alvos, como o Legislativo e o Judiciário. Por duas vezes, os manifestantes se deitaram na Praça da Liberdade para homenagear os mortos no acidente com o vôo 3054, da TAM. A Polícia Militar não registrou incidentes durante a manifestação.

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Ao longo do dia, houve manifestações semelhantes em São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Brasília e no Rio de Janeiro.