“Isso tudo implicará num aumento no número de empregos no País e num crescimento na massa salarial, com distribuição de renda no campo e na cidade”, disse. Na audiência com o presidente, ficou definido que o Ministério da Agricultura servirá como linha auxiliar do Fome Zero e como colaborador do Ministério da Segurança Alimentar e Combate à Fome, que tem como titular o ministro José Graziano.
Para Rodrigues, o Fome Zero terá forte significado para a agricultura brasileira: “É cultivar mais 3 milhões de hectares, criar condições adequadas de armazenagem e ter uma política de renda para o produtor rural que contribuirá também com o Fome Zero.” Rodrigues lembrou ainda que o ideal seria que o plantio adicional de 3 milhões de hectares ocorresse perto dos centros de demanda.
Entusiasmo
Lula, conforme relato do ministro, recebeu com entusiasmo o apoio que o Ministério da Agricultura dará ao Fome Zero e aprovou a iniciativa das cooperativas em doar alimentos ao Ministério de Segurança Alimentar e Combate à Fome, que ficará encarregado da distribuição da comida. O ministro da Agricultura estima que, inicialmente, as cooperativas doarão 40 mil toneladas de alimentos ao programa. São 8 mil cooperativas rurais e urbanas no Brasil, sendo 1.500 agrícolas.
O ministro disse que, ao fazer um apelo às cooperativas agrícolas e urbanas para que haja um engajamento no Fome Zero, a receptividade foi muito boa. Em reunião, antes de assumir o cargo, na Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília, ele disse
Cooperativas prometem ajudar
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes Freitas, afirmou que as 1.600 cooperativas agrícolas do País doarão um caminhão de alimentos cada uma para o programa Fome Zero. No total, serão arrecadas 24 mil toneladas de alimentos. Do total de 1.600 cooperativas agrícolas, ele calcula que 20% estão ligadas à produção de leite. “Mas não é porque produz leite é que a cooperativa vai doar leite”, afirmou.O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, lembrou que o programa é o “start” (começo) do movimento de combate à fome e que sindicatos, tradings de grãos e outros setores poderão aderir ao Fome Zero. Segundo o ministro, a estratégia de coleta e distribuição de alimentos a serem doados pelas cooperativas será estabelecida pelo Ministério da Segurança Alimentar e Combate à Fome, coordenador do Fome Zero.
O presidente da OCB lembrou que a entidade desenvolve, em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o Programa de Cooperativismo contra a Fome.