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‘Foi um milagre’, diz vítima que sobreviveu a enxurrada em cachoeira de Minas

Familiares de Eduardo Gomes Moraes, de 36 anos, tiveram uma boa surpresa na noite de Natal, nesta terça-feira, 25. Ele chegou a Passos (MG), após três dias desaparecido na região de São João Batista do Glória (MG). “Foi um milagre de Natal”, comemorou ao voltar para casa.

Ele vinha sendo procurado desde sábado, 22, após uma tromba d’água atingir uma cachoeira onde algumas pessoas nadavam e outras praticavam rapel. Cinco morreram e Moraes contou ter sobrevivido escalando um paredão e se agarrando às pedras para não ser levado pela água.

Moraes, mais conhecido por “Chiquinho”, contou que não esperou socorro no local porque a água começou a subir rápido. Ele decidiu escalar cerca de 15 metros para fugir da tromba d’água. “Ela vinha com uma pressão inexplicável”. Para sobreviver, ele comeu dois lanches que tinha em uma mochila, e a partir daí passou somente a tomar muita água.

Após ficar um tempo nas pedras, começou a caminhar, mas não conseguia chegar a lugar algum. “Eu não conseguia pensar direito, me perdi, não conseguia achar o rumo certo”, explicou. Então voltou para um ponto mais alto, antes de tentar deixar o local novamente. Nesse intervalo diz ter visto o helicóptero dos bombeiros que auxiliava nas buscas. “Gritava e abanava os braços, só que não me viam”.

Somente no início da noite de Natal ele conseguiu chegar a uma fazenda e viu uma pessoa que conhecia e o ajudou a retornar para casa, onde foi recebido com festa por parentes, amigos e vizinhos. Debilitado, com os pés bem inchados por ter perdido os calçados e cheio de picadas de insetos pelo corpo, ele foi levado a um hospital onde fez exames, tomou soro e recebeu recomendações de manter repouso.

Vítimas

Durante a tromba d’água, ele tentou salvar a amiga Pollyana Laiane Diniz Furtado, de 26 anos, e chegou a segurá-la pelas mãos e pelo cabelo. “Mas a água começou a empurrar e a levou”, disse. Além dela, morreram no local Mariana de Melo Almeida Horta, de 23 anos, Maurílio Pádua Silveira, de 30, Alexsandro Antônio Pereira de Souza, de 32, e Gustavo Alfredo Godinho Lemos Ferreira, de 26.

A respeito do ocorrido, Eduardo Moraes diz que tomou algumas lições e orienta os turistas a saírem rapidamente das cachoeiras sempre que “cair um pinguinho de chuva”.

“Agora só vou em praia e piscina, de cachoeira não quero saber mais não”, diz.

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