‘Foi inesperado’, diz cientista da Unesp que ajudou a detectar ondas

Embora a maioria dos físicos teóricos acreditasse que as ondas gravitacionais seriam detectadas, quase ninguém imaginava que a descoberta viria tão cedo, de acordo com o físico italiano Riccardo Sturani, do Instituto de Pesquisa Fundamental da América do Sul, localizado na Unesp, em São Paulo. Sturani dirigiu um dos grupos brasileiros que colaboraram com o Ligo.

Para Saturani, a principal vitória científica é que não se trata apenas da descoberta de um novo objeto astrofísico, mas sim da “descoberta de um novo mensageiro”. “O experimento nos deu acesso a mensagens que sempre foram enviadas, mas que, antes, não éramos capazes de ouvir”, diz.

Sobre a dificuldade para detectar o fenômeno, o físico afirma que “é um tipo de onda que não está no espectro eletromagnético” – por isso, elas são invisíveis para as “tecnologias convencionais”. Segundo Sturani, elas são “algo que interage com todas as matérias, mas de um jeito extremamente frágil. Ao distorcer o espaço-tempo, elas provocam uma variação mínima na extensão da matéria e por isso precisávamos de ‘réguas’ muito precisas, a fim de monitorar essas variações”.

Novas descobertas

Questionado sobre o futuro após a descoberta, o cientista explica: “como conseguimos ‘ouvir’ objetos que não exibem ondas eletromagnéticas, temos a esperança de explorar diferentes sistemas que não emitem esse tipo de onda. Mas a esperança maior é descobrir algo inesperado. O mais excitante é que talvez possamos encontrar coisas que nem mesmo tínhamos previsto, como sistemas totalmente diversos dos que são conhecidos”.

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