O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as estimativas de crescimento mundial para 2008 e 2009 e reduziu a previsão dos números para as "economias avançadas", segundo informa um relatório obtido em primeira mão pela ANSA. O motivo da redução está nos efeitos da acentuada turbulência nos mercados financeiros, abalados pela crise dos créditos subprime.

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No esboço do World Economic Outlook, documento cuja versão oficial será publicada durante as reuniões de 12 e 13 de abril, em Washington, o FMI adverte que a economia mundial vai crescer somente 4,2% neste ano. O número mostra uma queda de 0,2 ponto percentual em relação às estimativas de outubro de 2007.

Segundo a instituição, enquanto o crescimento dos países emergentes, mesmo diminuindo, "continuará robusto", os números das economias mais desenvolvidas "cairão bem abaixo de seu potencial". Os Estados Unidos serão o país mais atingido, onde "os riscos de recessão aumentaram claramente, diante das incertezas sobre o grau, a duração e o impacto da crise financeira e da deterioração das condições do mercado de trabalho".

Tais problemas, segundo o FMI, "justificam os recentes cortes nas taxas de juros por parte do Fed". Neste cenário, a economia norte-americana deverá crescer, segundo as novas estimativas, 1,5% em 2008 — o nível mais baixo desde 2001. Em geral, os números do crescimento global a curto prazo "ficam amplamente direcionados para baixo". O principal problema, na avaliação do FMI, é a possibilidade de que a crise dos mercados financeiros se traduza em uma grave falta de crédito. Há também o temor de que a crise econômica tenha efeitos sob a demanda dos mercados internos, e o fantasma da inflação, diante da subida dos preços do petróleo e de outras commodities.

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Os economistas do FMI aconselham todos os chefes de Estado a executar ações em conjunto: "De maneira cada vez mais multilateral, é essencial que [os países] enfrentem juntos os desafios, levando em consideração as interações ‘cross-border’". A prioridade absoluta deve ser o retorno da estabilidade nos mercados financeiros, sugere o FMI. Os efeitos da crise dos subprimes também podem ser encontrados na zona do euro. Mesmo se o impacto sob a demanda dos mercados europeus tem sido menos evidente, a atividade econômica do continente provavelmente vai sentir conseqüências negativas consistentes, devido à restrição das condições de crédito por parte dos bancos.

A Itália, em particular, é o país com as estimativas de crescimento mais baixas dentro da Europa. Segundo o documento do FMI, o PIB italiano aumentará somente 0,6% neste ano e 0,8 em 2009. A revisão dos números pelo FMI fez a taxa de crescimento da Itália cair 0,7 ponto percentual, em relação às últimas estimativas.
Para toda a zona do euro, a economia crescerá 1,6% em 2008 (-0,5% respeito à última avaliação do FMI) e 1,8% em 2009 (-0,3%).

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