Florianópolis vive fase xenófoba

Florianópolis – Quem chega a Florianópolis pode se deparar com pichações em muros e fachadas nas quais se lê: "Fora, haole". A mensagem é dirigida a todos aqueles que vêm de fora morar na Ilha de Santa Catarina. "Haole" (pronuncia-se ráule) é uma gíria havaiana que designa de forma pejorativa quem não é nativo. Originalmente usada por surfistas que não gostavam de estranhos pegando as melhores ondas, na capital catarinense a expressão se popularizou e ganhou traços xenófobos. As palavras de ordem também estão em banheiros públicos e, mais raramente, em adesivos de carro e camisetas. Trata-se da face mais visível do descontentamento que uma minoria de "manezinhos da Ilha", como são chamados os nativos, expressam contra o intenso fluxo migratório que a cidade recebeu nos últimos anos, embalada pela fama de paraíso do surfe e da qualidade de vida. Alguns estão cansados de receber novos moradores e creditam alguns problemas antes inexistentes – como o aumento da criminalidade e o tráfico de drogas – à chegada de forasteiros. O mineiro Rodrigo Silva, de 32 anos, e seus dois irmãos mais novos tiveram uma demonstração dos extremos do fenômeno poucos meses depois de chegarem a Florianópolis. Os três resolveram participar de uma festa nas imediações da Lagoa da Conceição e foram agredidos por serem "haole".

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