A fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou nesta sexta-feira (27) 29 cortadores de cana e familiares que trabalhavam em condições consideradas degradantes em Rio das Pedras, na região de Piracicaba. Eles tinham sido aliciados por um "gato" (intermediário de mão-de-obra) para uma usina de Tatuí, região de Sorocaba, mas foram transferidos para outro município.
Os procuradores Mário Antonio Gomes e Claude Henry Appy encontraram 15 pessoas, entre eles uma mulher e uma criança, amontoadas num barraco no bairro da Serra, periferia da cidade. Todos dormiam no chão, espalhados por três cômodos: um quarto onde ficava o casal com a criança, uma sala onde dormiam nove trabalhadores e a cozinha onde outros três dividiam espaço com o fogão e botijão de gás.
Nos fundos, numa casa velha sem condições de higiene, estavam seis pessoas, três homens, duas mulheres e uma criança de colo. Os trabalhadores usavam equipamentos de proteção desgastados e facão enferrujado. O maior valor que recebiam era de R$ 700. Um dos trabalhadores, que completou 18 anos no dia 20 de junho, estava registrado desde o dia 1 de maio.
Também havia oito trabalhadores num cortiço, na região central de Rio das Pedras, que já tinha sido interditado por falta de condições de habitação. A usina concordou em transferir os cortadores para um centro de convenções da Igreja Quadrangular, no município de Capela do Alto, onde permanecem alojados.
A rescisão dos contratos será feita segunda feira e acompanhada pela Gerência Regional do Trabalho em Sorocaba. Será providenciado também o transporte de volta para a região de Cajazeiras, no interior da Paraíba, de onde foram trazidos.