Unaí – Três auditores fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram mortos com tiros na cabeça, ontem pela manhã, quando realizavam vistorias a 50 quilômetros de Unaí na região noroeste de Minas. A Polícia Federal, que assumiu a investigação, acredita que eles foram executados. A região é conhecida pelas denúncias de trabalho escravo.

Os quatro servidores do ministério estavam há dois dias em Unaí. O caso inicialmente foi atendido por uma patrulha rural que recebeu informações de que um homem havia sido recolhido, ferido, por uma caminhonete. Tratava-se do motorista, Ailton Pereira de Oliveira, de 52 anos. Ele foi o primeiro alvo dos dois assassinos, que fecharam a pista com um Fiat Strada e impediram a passagem da caminhonete do Ministério do Trabalho. A dupla anunciou um assalto.

Ataque

Oliveira levou um tiro, mas ficou com a bala alojada no maxilar e não morreu na hora. Ao recobrar os sentidos, viu que os fiscais Nelson José da Silva, 53, João Batista Soares Lage, 51, e Eratóstenes de Almeida Gonçalvez, 43, haviam sido assassinados com tiros na cabeça. Os pistoleiros levaram apenas os telefones celulares. “Havia dinheiro, lanterna e vários outros objetos pessoais de valor que não foram tocados. Por isso, é grande a possibilidade de eles não terem sido mortos por assaltantes e sim por matadores profissionais”, afirma um policial que investiga o caso.

Segundo outro policial de Unaí, mesmo ferido o motorista conseguiu dirigir cerca de 10 quilômetros até a Rodovia LMG 628 – ligação com Buritis -, onde foi socorrido. Oliveira seguiu para o Hospital de Unaí, transferido para o Hospital de Base de Brasília, onde chegou morto.

Os três fiscais, que receberam tiros de pistolas, não tiveram nem chance de sair do carro, morrendo na hora. “Era fiscalização de rotina e não com alvo determinado”, afirmou o delegado regional do Trabalho em Minas, Carlos Calazans.

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