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Marcos Winter: contra a |
Brasília – Eliminar a exploração de trabalhadores é o objetivo do Pacto Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo, lançado ontem, em Brasília, pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Instituto Ethos de Responsabilidade Social. O pacto conta com 60 assinaturas de representantes da sociedade civil, do governo e de empresários. O ator Marcos Winter anunciou seu apoio ao Pacto, durante a cerimônia de lançamento.
Segundo o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, por conta do pacto várias empresas já estão contribuindo para a redução do número de trabalhadores em condição análoga à de escravo. Essas empresas cortam fornecedores que embora apresentem preços mais baratos, repassam produtos fruto da exploração do trabalho.
Uma lista no site do Ministério do Trabalho e Emprego mostra empresas que registraram em algum ponto de sua cadeia produtiva a utilização de trabalho escravo, ou seja, mesmo que não mantenham trabalhadores em regime de escravidão, podem adquirir produtos de outra empresa que adota essa prática. Por exemplo, é possível que um supermercado venda produtos comprados de uma fazenda que mantém trabalhadores em regime análogo ao da escravidão.
Cadeia produtiva
A carne que o consumidor compra no supermercado pode ser fruto do trabalho escravo. Isto porque o fornecedor, que faz parte da cadeia produtiva, pode repassar um produto de uma fazenda onde são utilizados serviços de trabalhadores escravos. A idéia do governo, empresários e sociedade civil com a assinatura do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo é inviabilizar o trabalho daquele que se aproveita economicamente da situação. Empresas deixarão de comprar os produtos e os bancos de financiar as atividades.
Pelo menos 60 empresários já assinaram o pacto. Entre eles, o Grupo Pão-de-Açúcar, que reconhece a sua inclusão no estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e da ONG Repórter Brasil, como um receptores de produtos da cadeia produtiva do trabalho escravo. ?Aparece o nome da CBD (Companhia Brasileira de Distribuição), que é o grupo Pão-de-Açúcar, na lista como comprador de frigoríficos, mas não existe um caso evidente para se rastrear. Apareceu no relatório que em algum ponto da cadeia isso pode ter acontecido?, afirmou Sueli Renberg, ombudsman do fornecedor do Grupo Pão de Açúcar. Segundo Sueli, após tomar conhecimento da situação, o grupo incluiu uma cláusula no contrato comercial de não-utilização pelos fornecedores de mão-de-obra fruto deste trabalho. ?Foi passada uma comunicação a todos os seis mil fornecedores de produtos e os frigoríficos foram chamados e estão desenvolvendo ações para tentar cercar esta cadeia produtiva.
