Belo Horizonte – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), reiterou ontem a defesa do fim da reeleição e a adoção de um mandato de cinco anos para os cargos dos governos. Mas afirmou que, apesar de o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também ter se manifestado a favor da proposta, não se trata ainda de uma posição partidária.
?Sou favorável a um mandato de cinco anos sem reeleição. Parece-me o mais próximo das nossas tradições republicanas e melhor ao País. Mas essa é uma decisão que será travada no Congresso Nacional?, disse, após um encontro com líderes tucanos na Câmara dos Deputados, no Palácio das Mangabeiras.
Na opinião de Aécio, esta não deve ser uma ação prioritária do partido. Ele, no entanto, destacou que ?o Congresso e a Câmara, em especial, no momento certo, estarão discutindo essa matéria?.
Para o líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), o momento certo é 2007. ?O ideal nessas questões relacionadas com reforma eleitoral ou reforma política é discuti-las no ano em que não tem eleição e o ano que não tem eleição é exatamente este ano de 2007. Seria muito bom que pudéssemos esgotar essa pauta, pelo menos com esses temas mais relevantes, até o final deste ano.?
Pannunzio fez coro a Aécio ao afirmar que também é a favor do fim da reeleição. ?Sou da opinião que o instituto da reeleição foge um pouco às nossas tradições e não é o melhor para o Brasil?, afirmou, ressaltando que se trata de uma opinião pessoal. ?Não há ainda uma posição da bancada e não há uma posição do partido.?
O governador de Minas Gerais argumentou ainda que a reeleição inibe a renovação dos líderes políticos do País. ?Em conversas com o governador José Serra, em conversas com outras lideranças do partido, nós admitimos que a reeleição, ela leva quase uma imposição à recandidatura?, disse Aécio, que também teve o cuidado de classificar a posição como pessoal. ?Não houve um debate consistente no partido para que a gente pudesse dizer que essa é uma posição partidária.?
Além do líder do PSDB na Câmara, participaram do encontro o líder da minoria, Júlio Redecker (RS), o vice-líder Leonardo Vilela (GO) e o vice-presidente da Casa, Nárcio Rodrigues (MG), entre outros. Os tucanos afirmaram que o tema da reunião não passou por 2010, quando Aécio e Serra, potenciais candidatos da legenda a presidente, poderão disputar a indicação da sigla. Segundo eles, este foi o primeiro de uma série de encontros com os principais chefes regionais da agremiação.
