Filhos de Brizola pedem indenização

  Agência Brasil
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Brizola: filhos sofreram.

Brasília – A Comissão de Anistia do governo federal recebeu esta semana os pedidos de reparação econômica feitos por dois dos quatro filhos do ex-governador do Rio e do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola e outro de Denize, filha do ex-presidente João Goulart. Neusa e João Otávio, filhos de Brizola, querem uma indenização de R$ 100 mil por danos sofridos na infância e adolescência, de 1964, quando o pai teve que deixar o País, até 1979, quando ele retornou, beneficiado pela lei da anistia.

Os filhos de Brizola pedem também indenização post mortem de igual valor para o pai, como reparação pelo período em que ele ficou impedido de exercer as atividades políticas. Brizola morreu em 2004 sem nunca ter reivindicado o benefício garantido pela lei da anistia, criada para reparar prejuízos pessoais e profissionais causados a perseguidos políticos e familiares de vítimas do regime militar.

A ex-mulher de Goulart, Maria Thereza, que já recebe pensão de R$ 8,8 mil, equivalente ao salário de presidente da República, já havia entrado com requerimento na comissão para que o valor do seu benefício seja equiparado ao de ministro do Supremo Tribunal Federal, cerca de R$ 21 mil.

Os filhos de Brizola e de Goulart seguiram o exemplo dos familiares de outros ícones da esquerda brasileira. A filha do revolucionário Luiz Carlos Prestes, Anita Leocádia, obteve a indenização no final do ano passado. Os familiares do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, entraram com o pedido no final do ano passado, quando ele já estava muito mal de saúde.

Até agora, a Comissão de Anistia, vinculada ao Ministério da Justiça, julgou 19.556 processos de pessoas que alegaram ter sofrido danos às suas carreiras durante o regime militar. Desse total, 7.893 pedidos foram deferidos e 11.663 negados.

Dos 33 mil pedidos pendentes, 18 mil referem-se a mera contagem de tempo para efeito de aposentadoria e 15 mil processos alegam perseguição e pedem reparação econômica. Entre eles, alguns são polêmicos. É o caso do processo indenizatório aberto pelo cabo José Anselmo dos Santos, acusado de ter traído as organizações de esquerda às quais pertenceu e de ter causado a morte de vários militantes delatados à repressão. 

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