As explicações sobre a escuta telefônica que pegou o irmão do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, em suposta prática de tráfico de influência são contraditórias. O filho de Vavá, Edson Inácio Marin da Silva, disse que a Polícia Federal mostrou uma conversa entre ele e Nilton Servo, acusado de comandar grupo que controla o jogo em Campo Grande. ?A conversa parece que era com o Nilton?, disse. Já o advogado contratado por Vavá, Benedicto de Tolosa Filho, afirmou que o diálogo é entre seu cliente e outro preso pela PF, Dario Morelli Filho. ?Só aparece uma ligação, que é com o Dario. Ele ligou, há três ou quatro meses, para saber como o Vavá estava de saúde?, afirmou Tolosa.
Há outras divergências. Edson disse na segunda-feira que a PF só levou um papel, o pedido de aposentadoria de uma pessoa que havia solicitado ajuda a seu pai. Na terça, ele mesmo admitiu que levaram também um envelope destinado ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP).
À tarde, Tolosa disse que os papéis eram três: a carta para Mercadante e dois currículos de pessoas que pediam emprego. ?Diziam que estavam desempregados há tempos e passavam fome. Havia também um pedido de emprego que tinha como destinatário o senador. Mas não foi entregue.? Mercadante informou, por meio de sua assessoria, que desconhece o conteúdo da carta, já que não chegou a recebê-la. ?Seguramente, não tive nenhuma reunião com o Vavá, sequer sei do que se trata e tenho a certeza de que é uma bobagem?, afirmou.
Vavá está entre os investigados pela Operação xeque-mate da Polícia Federal, que realizou uma busca em sua residência, em São Bernardo do Campo (SP), na última segunda-feira.