A reconstituição da morte da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, de 38 anos, teve momento tenso, na tarde desta quinta-feira, 03, quando a filha mais velha se exaltou ao ouvir uma brincadeira entre policiais civis e militares que participam da simulação. “Eles estão debochando, rindo. Mas não são eles que estão sem mãe”, reagiu Thaís, de 18 anos. Um policial civil tentou afastá-la e ela foi amparada pelo advogado João Tancredo. “Agora quem está sem mãe não são eles, são os meus irmãos. Sou eu. Eu que estou sem família”, gritou a moça. Thaís só se acalmou quando foi abraçada pelo pai Alexandre Fernandes da Silva.
Os peritos já fizeram a reconstituição a partir do relato dos policiais presos, o tenente Rodrigo Medeiros Boaventura, comandante da operação, e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno. Ambos disseram que patrulhavam a rua lado a lado, quando cerca de 15 criminosos subiram as escadas. Boaventura disse que um deles estava com fuzil. Isso contradiz o depoimento de testemunhas, que contaram que os traficantes estavam com pistolas.
Na sequência, teve início a reprodução a partir do depoimento do policial Adir Serrano. Ele contou que não estava na rua e correu ao ouvir os disparos. Disse ter visto Boaventura já chamando socorro. O carro da polícia estava na parte baixa do Morro da Congonha. Serrano contou que pegou Claudia no colo. “Vi que ela estava se mexendo”. Não se lembra em que posição a encontrou e disse tê-la levado para a viatura já cercada por “populares hostis”. Não houve reconstituição do momento em que ela foi colocada no veículo policial – Claudia foi colocada na caçamba do carro, que abriu. Ela foi arrastada e morreu no hospital.