O Palácio do Planalto tem apenas mais 24 horas para concluir a ofensiva de cooptação de senadores do DEM e garantir o mínimo de 49 dos 81 votos do Senado para aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reúne-se na terça-feira para decidir se os mandatos majoritários (senador, prefeito, governador e presidente da República) pertencem aos partidos ou aos eleitos. A consulta foi feita pelo PT do Acre.

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A tendência do TSE é reafirmar a fidelidade partidária, criando uma dificuldade a mais na operação palaciana. ?Estamos vivendo fase muito boa no que se refere à prevalência dos princípios. Não acredito na hipótese de o TSE decidir contra a fidelidade reafirmada no caso das eleições proporcionais, porque o sistema fica capenga?, afirmou o presidente do tribunal, Marco Aurélio Mello.

Dos seis ?cooptáveis? do DEM que o Planalto tentava atrair, os senadores Demóstenes Torres (GO) e Edison Lobão (MA), que iriam para a base governista, decidiram permanecer na oposição. Ao menos até agora, só dois senadores democratas confirmaram a mudança para a base aliada: César Borges (BA), agora no PR, e Romeu Tuma (SP), que foi para o PTB para garantir legenda e concorrer à reeleição em 2010.

A conversa de mais de uma hora que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve com Demóstenes há cerca de 20 dias não surtiu efeito. Nela, Lula lhe prometeu apoio do PT goiano, numa eventual disputa com o PSDB do senador Marconi Perillo pelo governo de Goiás. Nem assim ele aceitou. ?A possibilidade de eu sair do DEM agora é zero?, resumiu Demóstenes, ao lembrar que cogitou trocar de partido porque pretende prosseguir na carreira política e o DEM não lhe garantia legenda. Lobão também já informou à direção do DEM que desistiu de se mudar para o PMDB, apesar da pressão de amigos influentes como o senador José Sarney (PMDB-MA) e a líder do governo no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA).

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Sondado pelo governo para aderir à base aliada, o senador Adelmir Santana (DEM), que preside a Federação do Comércio do Distrito Federal, deu sinais de que fica onde está: ?Podem ficar tranqüilos. Por origem, princípio, convicção e até por fidelidade partidária sou e serei contra a prorrogação da CPMF?, disse esta semana.