O presidente Fernando Henrique Cardoso colocou-se à disposição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para encaminhar ao Senado Federal, “quando ele assim o quiser”, os nomes que deverão ocupar a diretoria do Banco Central, no novo governo. A informação foi dada hoje à noite pelo ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, em uma rápida entrevista após ter mostrado ao coordenador da equipe de transição do presidente eleito, Antônio Pallocci, o escritório que ele terá à disposição, no Centro Cultural do Banco do Brasil.
Segundo Parente, Lula disse que “vai pensar sobre a questão” e discutir o tema com sua equipe. O ministro informou que durante seu encontro com Pallocci foram discutidas regras práticas de trabalho, mas “nenhum assunto de substância”. Ele explicou que a presença do ministro da Fazenda, Pedro Malan, na reunião de com o presidente eleito foi determinada desde o início pelo presidente Fernando Henrique, em função do peso que a área econômica tem na transição de governo.
Embora a negociação com o Fundo Monetário Internacional (FMI) não tenha sido discutida nos encontros de hoje, Pedro Parente reiteirou que considera legítimo que a equipe do presidente eleito participe das discussões com o FMI, porque elas tratam de metas a serem cumpridas em 2003, já no próximo governo. “Já deixamos claro que entendemos que, sob o ponto de vista de discussão das metas para o próximo ano, será bastante relevante a opinião da nova equipe.”
Parente esclareceu ainda que quem vai dar expediente no escritório de transição é a equipe do presidente eleito. Ele informou que terá reuniões freqüentes com Pallocci. O ministro da Casa Civil divulgou uma relação com 38 interlocutores do governo. Entre eles estão: o senador Artur da Távola (PSDB-RJ) e os deputados Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Arnaldo Madeira (PSB-SP), pelo Congresso; o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, pelo Ministério da Fazenda; e os secretários-executivos dos ministérios do Planejamento, Simão Cirineu, e do Desenvolvimento, Benjamin Sicsu.
