Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que o aumento dos casos e internações por covid-19 em vários estados brasileiros que tem sido registrado desde novembro está encontrando um sistema de saúde menos preparado para atender à demanda por leitos de enfermarias e UTIs em regiões metropolitanas e, principalmente, em cidades menores do interior.
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“A possibilidade de colapso do atendimento aos novos casos é real e poderá acontecer nas próximas semanas, agravada pela chegada das festas de fim de ano e das férias”, afirmou a Fiocruz na quinta-feira (10).
A equipe de pesquisa do MonitoraCovid-19 publicou a nota técnica “O fim do ciclo de interiorização, a sincronização da epidemia e as dificuldades de atendimento nos hospitais”, que alerta que a maior movimentação no fim do ano, “sem cuidados devidamente adequados e sem manutenção do isolamento social” agravará o quadro de redução de recursos de atendimento de saúde por “desmobilização de leitos extras dos hospitais de campanha; a ocupação de leitos por outros problemas de saúde que ficaram represados durante o avanço da epidemia de covid-19; a maior circulação de pessoas; as dificuldades de identificação de casos e seus contatos devido à baixa testagem; e o relaxamento dos cuidados de distanciamento social, uso de máscaras e higiene”.
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Segundo os pesquisadores, no início da epidemia, a demanda por atendimento de saúde era maior nas grandes cidades e os contágios chegaram ao interior quando as cidades maiores já apresentavam sinais de estabilidade. Agora, no entanto, a covid-19 está fortemente presente tanto nas regiões metropolitanas quanto nas cidades do interior do país.
“Um novo aumento dos casos pressionará a capacidade do atendimento à saúde das regiões metropolitanas, reduzindo também seus recursos para atender a pacientes vindos do interior. Na maioria dos lugares, a assistência à saúde deverá ser incapaz de atender à demanda”, disse à Agência Fiocruz o epidemiologista Diego Xavier, um dos autores do estudo.
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Segundo a nota técnica, 33% da população nacional (cerca de 70 milhões de habitantes) vivem nas regiões metropolitanas. Até o final de maio, 67% dos óbitos por covid-19 foram registrados nessas regiões, mas no final de outubro, essa proporção se inverteu, com a interiorização da doença. Agora, as mortes por covid-19 nas regiões metropolitanas representam 33% do total do país.
Como reduzir riscos nas festas de fim de ano
Os encontros familiares deste fim de ano precisam levar em conta cuidados para diminuir os riscos de transmissão em meio à pandemia de coronavírus. As orientações para deixar o Natal mais seguro incluem quarentena de 14 dias antes da reunião, dar preferência a grupos menores em ambientes ventilados, usar máscaras e cuidar da higiene das mãos e das superfícies. Confira as recomendações para um fim de ano com menos riscos de contágios.