A festa dos 28 anos do PT provocou mais um rombo no caixa do partido. Impedido de receber doações e de cobrar dízimo de 549 pessoas que ocupam cargos de confiança no governo federal, o partido já perdeu, desde setembro do ano passado, R$ 800 mil – R$ 160 mil por mês, segundo o secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira.

continua após a publicidade

Com a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tomada a partir de pedido de consulta feito pelo Democratas, o PT sequer pôde vender convites para a festa desta quarta-feira (13) para seus ministros, secretários e diretores de estatais.

Para comparecer à cerimônia na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), em Brasília, integrantes do governo tiveram de ter seus ingressos bancados por terceiros. Para a celebração de quase três décadas de criação da sigla foram colocados à venda mil convites, nos valores de R$ 50, R$ 100 e R$ 200. Ao todo, foram arrecadados R$ 90 mil.

A contribuição que fez emagrecer os cofres do PT, o chamado dízimo petista, é mais um empecilho para que a sigla sane suas finanças. Atualmente, a dívida do partido é de R$ 48 milhões. Em média, a cobrança do dízimo representava 20% do salário dos petistas. O PT enfrentou sua primeira grave crise em 2005 quando veio à tona o escândalo do mensalão e, com ele, os empréstimos adquiridos com o empresário Marcos Valério, um dos personagens-chave da primeira crise política do governo Lula.

continua após a publicidade

Na chegada do evento à noite, integrantes do primeiro escalão também se viram às voltas com outra crise. Desta vez, o tema principal foi a discussão sobre a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o uso indevido dos cartões corporativos. A primeira denúncia de gastos excessivos com o cartão de plástico foi publicada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", em 13 de janeiro, e provocou a demissão da ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.