Depois de mais de duas horas de um conflituoso protesto dos moradores da favela de Acari, na zona norte, onde o estudante Wilton Cesário da Costa, de 14 anos, morreu na noite de sábado, vítima de bala perdida, a situação hoje foi de aparente tranqüilidade. O rapaz morreu durante operação do 9.º Batalhão da Polícia Militar (Rocha Miranda). Ateando fogo a pneus, manifestantes fecharam a avenida Martin Luther King, próxima à favela. Na confusão, um menino de 12 anos também foi baleado, mas passa bem. Os seis policiais que estariam envolvidos na morte de Costa tiveram prisão administrativa decretada.

Policiais do 9.º BPM informaram hoje que a segurança foi reforçada nos arredores do morro para evitar conflitos. Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, a decisão de manter os PMs presos por 72 horas partiu do próprio comandante do batalhão, coronel Murilo Lira, que pretende apurar os fatos ?com mais tranqüilidade?. Apesar disso, a secretaria informou que não havia ordem de Lira para realizar operação na favela do Acari na noite de ontem.

O crime ocorreu por volta de 20h, quando Costa passava pela esquina das ruas Prefeito Sá Lessa com a Avenida Martin Luther King e foi baleado. Segundo a família do adolescente, que morreu no local, ele trabalhava como carroceiro para ajudar nas despesas e se preparava para ir a uma festa junina. Costa estava acompanhado da prima Marcele, de 15 anos, que não ficou ferida.

Pouco depois, moradores fecharam as duas pistas da avenida e atearam fogo em pneus e pedaços de madeira. Eles ainda atiraram pedras contra ônibus e carros que passavam por ali, causando pânico em motoristas, que foram obrigados a trafegar na contramão para fugir do tumulto. A PM tentou conter o conflito com bombas de efeito moral e tiros para o alto. Nesse momento é que Jônatas dos Santos foi atingido de raspão na cabeça. Ele foi medicado e liberado.

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