| Foto: Ciciro Back |
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| Saguão do Afonso Pena, ontem: vazio e com poucos atrasos. |
Brasília – Pela primeira vez no ano, o país teve um feriado normal nos aeroportos. Ontem, segundo boletim consolidado divulgado pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), da zero hora até as 18h, o percentual de vôos com atrasos superiores a uma hora foi de 5,4%. Dos 976 vôos programados pela rede Infraero, 53 foram afetados pelos atrasos e 60 foram cancelados.
A situação mais complicada, segundo a Infraero, foi verificada no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, que teve quatro vôos atrasados dos 32 programados, o que representou 12,5% do total. O Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, foi o segundo com maior índice de atrasos: 9,1% estavam com mais de uma hora de atraso.
O Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, segundo informações da Infraero, teve 8,3% dos vôos com atrasos superiores a uma hora – cinco, dos 60 programados. Logo em seguida, apareceu o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, onde 7,6% dos vôos registraram atrasos e oito cancelamentos. O terminal de Congonhas, na capital paulista, teve atrasos em 1,3% do total de vôos.
O Aeroporto Internacional de Belém teve dois vôos fora de horário dos 29 programados – o que representou 6,9% do total. O aeroporto de Florianópolis registrou atraso em apenas um vôo dos 16 programados. Logo em seguida, estava o aeroporto de Recife. De acordo com a Infraero, 5,9% do total de vôos teve atrasos superiores a uma hora e um vôo foi cancelado.
O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, apresentou atrasos em 2,7% dos vôos, enquanto o Afonso Pena, em Curitiba, registrou 4,8% dos vôos com atrasos superiores a uma hora. O aeroporto de Salvador teve problemas com o horário em 1,7% do total de vôos.
O Aeroporto Tom Jobim, no Rio de Janeiro, mostrou quase o mesmo índice. Dos 83 vôos programados, os atrasos corresponderam a apenas 1,2%. Cofins e Goiânia, segundo o boletim da empresa que administra os aeroportos, não apresentaram nenhum vôo com atraso superior a uma hora.
Controladores estão errando mais, diz piloto
São Paulo (AE) – A crise na aviação civil não é apenas uma questão de atrasos nos vôos ou do temor de filas nos saguões dos aeroportos. Os problemas verificados nos últimos tempos têm alterado o ânimo de pilotos e controladores do tráfego aéreo. O forte estresse pelo qual passam essas pessoas aumenta as dificuldades no controle dos vôos. Para se ter uma idéia, o piloto, por exemplo, não sabe quando vai voar. Enquanto isso, o controlador continua com muitos aviões para monitorar.
Em reportagem do programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, divulgada ontem, um piloto fez uma revelação preocupante. Desde o começo da crise, os erros de comunicação se tornaram mais freqüentes, ou seja, o comandante tem de conduzir o avião e receber informações contraditórias da torre de comando. Os pilotos e a tripulação também têm trabalhado sob tensão desde que a crise aérea começou. A crise também preocupa passageiros e os funcionários das empresas aéreas.
O comandante, que admitiu falar sem ser identificado, revelou alguns dos transtornos. ?Já vamos um pouco tensos, na insegurança do que vai acontecer, se vamos ter atrasos ou não?, confessa. Piloto há 12 anos, com quase quatro mil horas de vôo, ele revela que vem aumentando os erros cometidos por controladores. ?Eles passam informações para nós que são para outra aeronave atrás ou na frente. Já aconteceu comigo. Eu estava pousando em Congonhas, já na aproximação final, e o controlador disse para descer a três mil pés. Questionei e disse que não podia fazia isso porque já estava a dois mil. Ele corrigiu e disse que não era para mim, mas para um vôo Varig que vinha depois?, contou.
Apesar de tudo, o comandante explicou que a tripulação é preparada para enfrentar esses contratempos. Ao mesmo tempo, assegurou que as pessoas não precisam se preocupar. ?Em termos de segurança, ainda é altamente seguro voar. Posso garantir isso.?
