Apenas passaportes de urgência serão emitidos pela Polícia Federal. Esse é o resultado da greve iniciada hoje por agentes, escrivães e papiloscopistas.
A Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais) ainda prepara balanço sobre os serviços que estão em greve.
Os policiais federais do Rio de Janeiro também aderiram à paralisação da categoria em assembleia por volta das 16h de hoje.
Os policiais não definiram o que são os casos urgentes – isso ficou a cargo de cada sindicato nos Estados. “Se alguém precisar viajar por conta de um problema familiar ou se já comprou passagem e percebeu que está com passaporte vencido, obviamente ele será feito. Gostaríamos que as pessoas entendessem, pois estamos negociando há dois anos. Se houver algum gesto do governo, vamos suspender e retomar a negociação”, disse o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
Os serviços das delegacias especializadas de registro de estrangeiros passarão a funcionar em escala mínima até a próxima sexta-feira, quando haverá uma assembleia para decidir se a greve continua ou não.
A Fenapef argumenta que os profissionais estão sem aumento desde 2005 e que o salário inicial, de R$ 7,2 mil, está defasado. Os profissionais reivindicam um aumento, em cinco anos, chegando até R$ 13 mil, equiparando com outras carreiras, como de auditores da Receita ou agentes da Abin.
“Os passaportes têm que ser conferidos pelos papiloscopistas, por isso os passaportes já estão sofrendo nessa situação”, diz Jones Leal, presidente no sindicato no Distrito Federal.
Os policiais também dizem que falta efetivo para o controle de fronteiras ou nos aeroportos, onde a PF controla entrada de estrangeiros e passagem de drogas, armas ou outros materiais ilícitos. Por isso, os policiais iniciaram uma operação-padrão, ou seja, passaram a fazer as checagens de forma mais completa, gerando filas.
Em Brasília, por exemplo, há três agentes trabalhando no aeroporto internacional. Nesta terça, mais 30 agentes foram até o local para fazer a operação-padrão.
‘Vamos fazer o serviço como deveria ser, mas não é feito porque falta mão de obra. Se hoje você colocar em Brasília qualquer produto ilícito e despachar, as chances de chegar ao destino é de 99%. Isso é grave, especialmente com os grande eventos”, disse o agente Jones Leal.
Rio
Os policiais federais do Rio resolveram paralisar as atividades de hoje até quinta-feira, quando será feita nova reunião.
De acordo com o sindicato da categoria, os oficiais estavam fechando as delegacias do Estado por volta das 16h.
Além do fechamento, os agentes da PF farão operação-padrão no aeroporto do Galeão, a partir das 15h de amanhã. Os serviços nos portos também serão suspensos gradativamente.