O deputado José Dirceu (PT-SP) disse na tarde de ontem que não vai falar mais nada sobre seu processo de cassação. Dirceu entrou correndo no plenário, marcou presença e deixou a Câmara rapidamente. Indagado sobre o julgamento de seu recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) e a reação irada da Câmara, ele respondeu apenas: "Fechei minha boca. Não falo mais nada. Estou tranqüilíssimo…".
Dirceu minimizou a reação dos parlamentares que se insurgiram contra a decisão do Supremo e acha que isso não vai tirar votos que poderiam ser contrários à cassação. Disse ainda que muitos no plenário da Câmara aplaudiram o julgamento no Supremo. "Isso faz parte da democracia. Mas bateram palmas para o Supremo duas vezes", disse. O deputado disse que poderia ficar a tarde toda no plenário ontem, mas como não tinha votação, iria embora trabalhar. "À noite vou ao cinema com minha filha Joana", disse.
Segundo o deputado, antes de quarta-feira, quando está prevista a votação do pedido de cassação no plenário, ele participa de atos públicos de apoio em Mato Grosso (sexta), Santos (sábado), Pernambuco (domingo) e Paraíba (segunda-feira).
O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, anunciou ontem que vai manter o julgamento do deputado José Dirceu (PT-SP) no plenário na próxima quarta-feira, dia 30. No mesmo dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve concluir o julgamento de um recurso de Dirceu que aponta irregularidades no processo realizado pelo Conselho de Ética. Aldo disse que não vai desmarcar o julgamento porque não houve decisão do Supremo que impeça a votação. Aldo negou que esteja protelando a decisão do processo contra Dirceu e lembrou que já marcou a data três vezes, convocou sessões deliberativas, inclusive nas segundas e sextas, e tem apelado aos líderes para que seja garantido quórum nas sessões.
