faturamento de empresa de Gushiken cresce 600%

Arquivo / O Estado

Luiz Gushiken não explica
aumento do faturamento.

Campinas – O faturamento da Globalprev Consultores Associados registrou aumento de quase 600% de 2002 para 2003, quando o chefe da Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica da Presidência da República, Luiz Gushiken, entregou a empresa a ex-sócios para assumir o cargo. Em 2002, o faturamento da Globalprev Consultores declarado à Prefeitura de Indaiatuba, no interior de São Paulo, para recolhimento de imposto foi de R$ 151 mil. Saltou para R$ 1,05 milhão em 2003. Em 2004, saltou para R$ 1,97 milhão, um aumento de 88% com relação a 2003 e 1.200% sobre 2002.

A Gushiken e Associados, que precedeu a Globalprev, foi criada em maio de 1999 e tinha como sócios o ministro e a mulher dele, Elizabeth Leonel Ferreira. O capital inicial era de R$ 10 mil. A empresa iniciou o recolhimento de impostos em agosto do mesmo ano. Nos cinco últimos meses de 1999, a Gushiken faturou R$ 48,5 mil, conforme declarou à Prefeitura.

Em 2000, quando houve a admissão de um novo sócio, José Valdir Gomes, o faturamento declarado foi de R$ 442 mil.

Segundo informou à administração municipal, em 2001 a empresa não teve movimentação financeira e, por isso, não recolheu imposto. As atividades foram retomadas em janeiro de 2002, depois que os três sócios entregaram as quotas para Wanderley José de Freitas e Rafael Tadeu Ferrari, representado pelo pai, Augusto Tadeu Ferrari.

A empresa foi então rebatizada de Globalprev e funciona num prédio de Indaiatuba que pertence à irmã de Elizabeth, Cristiane. Rafael Tadeu Ferrari, por sua vez, apresentou como endereço residencial na Junta Comercial e no cadastro da Prefeitura um imóvel que está registrado no nome de Elizabeth, mas ele não mora no local. A Globalprev divulgou nota alegando que paga aluguel para ocupar o imóvel registrado no nome de Cristiane, de quase R$ 1.500,00 mensais. Informou que tem seis fundos de pensão como clientes e presta assessoria atuarial continuada para oito. Ainda conforme a nota, a empresa ?goza de elevada credibilidade e reconhecimento junto a entidades que compõem o sistema previdenciário brasileiro?.

O comunicado não explica, entretanto, o salto no faturamento depois que Gushiken saiu da empresa e passou a integrar o governo. Ainda conforme a Globalprev, não houve nenhuma irregularidade na contratação da empresa pela Petros para administrar o fundo de pensão da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), de Campinas (SP).

Gushiken negou, em nota divulgada ontem, que tenha feito qualquer tipo de aproximação entre a empresa de consultoria Globalprev com os fundos de pensão ou com órgãos públicos. O ministro diz que deixou de ser sócio da empresa em 30 de outubro de 2002, transferindo a participação a seus atuais proprietários. 

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